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Sábio Manuel Serra d’Aire

Os estudantes do Politécnico de Santarém estão chateados com a direcção do instituto de ensino superior porque esta decidiu reduzir o período destinado às praxes de dois meses para apenas um. Ou seja, só uns míseros trinta dias para farra, noitadas, bezanas de caixão à cova e humilhação de caloiros quanto baste em nome da integração dos novos alunos nas suas escolas.Já há muitos anos que me interrogo o que seria dos caloiros se não existissem praxes. Se não os fizessem andar a rastejar, a chafurdar na lama ou a berrar como ovelhas tresmalhadas como se integrariam os novatos estudantes? Conseguiriam andar na rua sem serem atropelados? Teriam capacidade para acertar com o caminho para a escola? E quem lhes daria a papinha na boca ao almoço? Aliás, haveria vida na terra sem as praxes? E se realmente as praxes são imprescindíveis para as relações humanas porque não põe o Estado os olhos nesses infalíveis métodos de socialização e não os adapta à integração, por exemplo, dos marginais que preferem viver no sub-mundo do crime às virtudes de uma vida honrada de trabalho (agora parecia o Salazar a falar)? Era tiro e queda! Em dois meses estavam mais integrados e à vontade na comunidade do que um morador de Alfama numa casa de fado ou que um benfiquista no Estádio da Luz.Agora a sério: eu acho que a direcção do Politécnico de Santarém tem razão. Dois meses é realmente um prazo excessivo para as praxes, sobretudo porque existem universidades no nosso país onde há estudantes que demoram menos tempo a tirar a licenciatura, como aliás tu bem referiste no teu último e-mail. Por este andar, alguns caloiros arriscavam-se a serem já doutores e ainda andarem a ser besuntados com bosta ou a fazer flexões no meio de um qualquer jardim público. O que não fica bem. Tenham pois juízo meninos e façam como o outro: vão estudar!Razão tinhas tu quando falavas das despedidas de Moita Flores de Santarém. O homem voltou a despedir-se: dos funcionários da câmara através de carta e dos escalabitanos em geral através de uma notícia onde anunciou novas conquistas para a cidade, como a instalação de unidades da GNR no antigo quartel da Cavalaria. Eu, que sou um homem crente na palavra dos políticos, espero que não seja mais um daqueles projectos tipo Fundação da Pedra em Alcanede ou Universidade da Gastronomia em Alfange.E como se não chegasse, ou não fossem os escalabitanos esquecerem-se da sua passagem de sete anos por terras ribatejanas, o candidato do PSD em Oeiras ainda mandou distribuir um jornal onde abundam as fotografias do que Moita Flores obrou durante sete anos na capital de distrito. Uma publicação de fino recorte literário onde só faltam as menções e agradecimentos a quem vai pagar a dita obra, ou seja nós. É injusto, meu caro, que sejamos sempre esquecidos nestas coisas. É em Santarém e é em todo o lado. A malta paga a factura e os políticos ufanam-se e pregam aos quatro ventos as obras feitas com o nosso dinheiro numa clara omissão dos patrocinadores. Já é tempo de se lembrarem de nós no 10 de Junho e de o Cavaco espetar uma medalha no peito do Zé Povinho pelos grandiosos serviços prestados à Nação!Saudações patrióticas do Serafim das Neves

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