Fundação da Liberdade não vai nascer nos moldes previstos
Moita Flores justifica mudança de planos com o contexto financeiro e restrições colocadas pelo Governo às fundações.
O que já se adivinhava confirmou-se. A Fundação da Liberdade, uma das bandeiras políticas de Moita Flores como presidente da Câmara Municipal de Santarém, não vai nascer nos moldes e com a grandiosidade previstos. Dias antes de abandonar a autarquia, numa entrevista à agência Lusa, o autarca e escritor admitiu que as restrições colocadas pelo Governo às fundações e o contexto financeiro actual obrigaram a uma redução do projecto inicial e à procura de “outras soluções” para a antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC).O projecto da Fundação da Liberdade, cuja versão inicial previa a ocupação de boa parte da antiga EPC, está a ser reformulado e redimensionado, adiantou Moita Flores. Partilhará a parada Mongoa com a cidade judiciária, estando a ser “desenhada uma coisa mais pequena, que evoque o 25 de Abril, Salgueiro Maia, a Democracia, a Liberdade”, acrescentou.Quando o então primeiro-ministro José Sócrates veio a Santarém, em 25 de Abril de 2010, anunciar a criação da Fundação da Liberdade, o presidente da Câmara de Santarém Francisco Moita Flores disse que o Estado iria integrar essa entidade entrando com as instalações da antiga EPC. Mas a verdade é que as instalações acabaram por ser adquiridas pelo município por 16 milhões de euros, a pagar em nove anos a partir de 2014.Moita Flores saudou nessa altura a associação do Estado à Fundação da Liberdade, perspectivando que começasse a funcionar, em parte, no final de 2011. Só que a fundação ainda não saiu do papel, apesar de já ter nomeada há muito tempo uma coordenadora (Ana da Avó) e ter anexada uma equipa de três elementos para trabalhar no projecto, conforme despacho de Moita Flores datado de 9 de Janeiro de 2012.“A Fundação da Liberdade é um desafio único para Santarém, na medida em que representa a projecção nacional e internacional da cidade a partir dos projectos que se vão desenvolver na ex-Escola Prática de Cavalaria e no Convento de S. Francisco”, assumia Moita Flores no despacho de Janeiro de 2012.Inicialmente, a Fundação da Liberdade deveria integrar como parceiros o Estado, a Câmara de Santarém, a Associação 25 de Abril e a Fundação Passos Canavarro, estando prevista a entrada de um privado numa fase posterior, de forma a garantir a sustentabilidade financeira do projecto.
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