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Aproximar mais Alves Redol e a sua obra da sociedade e das escolas

É o objectivo de João Machado o novo presidente da Cooperativa Alves Redol de Vila Franca

João Machado é o novo presidente da cooperativa Alves Redol de Vila Franca de Xira. Diz querer continuar o bom trabalho feito pelos antecessores e traça como objectivos reforçar o número de cooperantes e promover ainda mais o escritor neo-realista e os seus livros da comunidade, sobretudo da escolar.

O novo presidente da Cooperativa Alves Redol, em Vila Franca de Xira, está empenhado em promover mais o nome do escritor neo-realista e a sua obra na sociedade e sobretudo nas escolas. “O Redol é o nosso patrono e temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o dar a conhecer”, refere João Machado, 69 anos, que tem outros objectivos de desenvolvimento da cooperativa, como o de angariar mais cooperantes e estreitar ainda mais os laços com o Museu do Neo-Realismo na cidade. João Machado, que esteve durante 10 anos no conselho fiscal da cooperativa, alimenta também o sonho de conseguir uma sede própria onde existam mais condições para reuniões, guarda do espólio e actividades de promoção da obra de Alves Redol. A cooperativa Alves Redol é uma das instituições culturais mais respeitadas na cidade de Vila Franca de Xira e foi responsável por ter levado para a cidade os livros proibidos pelo antigo regime de Salazar. “Estamos numa casa alugada e temos de pagar renda todos os meses. Temos conseguido fazer isso sem falhar mas temos a ambição de vir a ter uma sede própria com uma sala grande para nos reunirmos e melhores condições para guardarmos os nossos livros”, sublinha.O novo presidente garante que a cooperativa não está “nem morta nem esquecida” mas admite que se ressente do actual quadro económico. “As pessoas não têm dinheiro para comprar livros nem ir ao teatro. E isso pesa muito”, confessa. O plano lançado em 2009 para obter 100 novos cooperantes a curto prazo não resultou. Actualmente a cooperativa tem pouco mais de 700. “Apesar de tudo espero conseguir continuar o bom trabalho que o anterior presidente (Arlindo Gouveia) fez e se possível levar esta casa mais adiante”, nota. Além da venda e apresentação de obras literárias, a cooperativa organiza com frequência idas ao teatro e viagens temáticas a localidades ligadas ao escritor e aos seus livros. Apesar de ter diminuído o número de livros apresentados no auditório da junta de freguesia o presidente da cooperativa garante que tem todo o apoio que precisa. “Não queremos estar sempre pendurados na junta”, confessa. Para João Machado é importante a interligação com o Museu do Neo-Realismo. “Nunca prejudicou a nossa actividade e tem havido sempre que possível uma aproximação entre as duas entidades. Não se ganha nada com separatismos”, realça, garantindo que há espaço para a existência de ambas as entidades.João Manuel Pacheco Machado nasceu em Lisboa mas vive na Torre de Cima e Capelas, perto de Bom Retiro, em Vila Franca de Xira. Nos tempos livres gosta de alimentar o seu blogue (aviagemdosargonautas.net) e um dos livros que leu recentemente foi a “Homenagem à Catalunha”, de George Orwell. Concelho de Vila Franca arrisca-se a ser um “dormitório de má qualidade”João Machado, além de presidente da cooperativa Alves Redol, é também eleito pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira. Está a fazer o primeiro mandato. Sobre o concelho diz que tem havido “muito cimento e pouco trabalho” nos últimos anos, especialmente na área da mobilidade e urbanismo. “É um concelho que, se não houver um trabalho intensivo nessas áreas, juntamente com a criação de mais postos de trabalho, vai tornar-se um dormitório de má qualidade”, lamenta. Apesar de Maria da Luz Rosinha (PS) ter sido uma presidente que colocou a câmara com boa saúde financeira João Machado diz não lhe reconhecer o mérito. “Eu faria mais despesas sociais. Somos contra os grandes investimentos”. Sobre as novas obras, como a biblioteca da cidade, João Machado diz que só interessam às empresas de construção e não tanto à população. “Há uma gestão descoordenada e muito centralizada na presidente”, lamenta.

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