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Queda do consumo provoca diminuição acentuada de resíduos nos últimos dois anos

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Resitejo recebe menos oito milhões e quinhentos mil quilos mas vai criar mais postos de trabalho

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Até final de 2012, a deposição de lixos no aterro da Resitejo, na Carregueira, Chamusca, proveniente dos municípios do Médio Tejo deverá atingir as 77 mil toneladas, menos oito mil e quinhentas que em 2010. A diminuição da produção de resíduos é consequência da crise e sente-se em todos os sistemas do género com mais ou menos intensidade. No aterro da Ecolezería, situado na freguesia de Raposa, Almeirim vão entrar menos duas mil toneladas e meia que em 2010, altura em que foram recebidas 62.581 toneladas de resíduos.Apesar do decréscimo de resíduos a Resitejo vai continuar a crescer. Por um lado porque tem conseguido encontrar novos clientes e por outro porque tem investido em novos equipamentos para a separação de lixos para reciclagem. A prestação de serviços a outros clientes, para além dos dez municípios do Médio Tejo, sobretudo na área da reciclagem, já representa metade do volume de receitas daquele sistema. “Fazemos a triagem de embalagens recolhidas na Tratolixo - empresa de tratamento de resíduos sólidos detida pelos municípios de Oeiras, Sintra, Cascais e Mafra. Este trabalho permite-nos trabalhar 24 sobre 24 horas na estação de triagem”, exemplifica o administrador da Resitejo, Diamantino Duarte. Nos municípios do Médio Tejo, a quebra da produção de resíduos não é uniforme e há até algumas situações surpreendentes e dificilmente justificáveis. O Entroncamento registou uma quebra de 10,85 por cento entre 2010 e 2011 mas a média de quebra global é de 3,68 por cento com Santarém a registar menos 4,98%, Tomar menos 2,6% e Torres Novas, menos 1,85%. Curioso é também verificar as diferenças de produção de resíduos per capita. Em Santarém (62.162 habitantes) cada habitante produz uma média de 396,614 quilos de resíduos, enquanto na Golegã (5.482 habitantes) cada um produz em média 631,86 quilos e em Vila Nova da Barquinha (7.330 habitantes) a produção de resíduos é de 444,75 quilos anuais por pessoa.Novo investimento vai gerar mais receitas e mais empregoDos 173 postos de trabalho de todas as valências da Resitejo, 95 por cento são assegurados por munícipes do concelho da Chamusca, e 80 por cento são referentes à estação de triagem que funciona 24 sobre 24 horas, todos os dias do ano. O número de trabalhadores vai aumentar devido à instalação de uma nova unidade de tratamento de resíduos urbanos que deve estar concluída em Junho de 2013. “Trata-se de um investimento a rondar os 17 milhões de euros, com 11 milhões de euros de comparticipação de fundos comunitários, cabendo o restante assegurar à empresa por via de crédito bancário. Prevê-se a criação de mais 30 postos de trabalho. A nova unidade irá fazer o aproveitamento da matéria orgânica (30 por cento) que devia ser compactada na célula do aterro e que irá ser seca e aproveitada para produção de combustíveis por cimenteiras. Plásticos e metais (60 por cento) separados na triagem entram na nova unidade como resíduo e saem como produto pronto a ser encaminhado, sobrando dez por cento de inertes para compactação em aterro”, explica Diamantino Duarte.A diminuição de matéria depositada em aterro significa também o aumento do tempo de vida da nova célula que está a ser construída, que receberá apenas dez a quinze por cento do material que é actualmente depositado, sendo encerrada a célula que está a funcionar desde a criação da Resitejo em 1999. “É também uma melhoria ambiental porque sem matéria orgânica depositada diminui a produção de biogás e de lixiviantes. A Resitejo fica ainda em melhor posição de prestar serviços no mercado. Esta será uma unidade topo de gama em dez mil metros quadrados de área coberta”, salienta Diamantino Duarte. O aumento do custo com gasóleo, grande parte aplicado na recolha e na produção, tem um peso maioritário nos custos em conjunto com a energia eléctrica. Em 2010 a empresa comprava gasóleo a 1,179 euros por litro enquanto hoje o faz por mais 20 ou 30 cêntimos por litro. São cerca de 85 mil euros canalizados para pagar gasóleo e energia eléctrica todos os meses, e sem margem de manobra para alterar os circuitos dos camiões. “A recolha de lixos nos ecopontos tem de ser feita, seja no Chouto ou em Santarém”, acrescenta o presidente da Resitejo e da Câmara da Chamusca, Sérgio Carrinho. Entre ecopontos completos e vidrões são mais de 1500 as unidades espalhadas pela região.Recolha de papel com quedaA recolha de resíduos separados nos ecopontos da região tem mantido os valores nos últimos anos, apenas com o papel a registar uma descida. Desde 2009, que a recolha de vidro variou entre 2.600 e 2.800 toneladas por ano nos dez municípios da Resitejo. Até final de Outubro de 2012 estavam recolhidos quase 2.300 toneladas de vidro. O mesmo equilíbrio regista a recolha de embalagens (1.335 toneladas em 2012 até Outubro), dados semelhantes aos de 2011 e 2010. O papel sofreu a maior quebra com pouco mais de duas mil toneladas recolhidas até 30 de Outubro, quando nos dois últimos anos a recolha andou perto das 2.900 toneladas.
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