Campeã nacional de BTT vai correr numa equipa grega
Ana Antunes é natural do Cartaxo e vai correr na equipa grega da Time ProTec que a contratou para esta época
Aos 28 anos, a ciclista do Cartaxo, Ana Antunes vai dar um passo muito importante na sua ainda curta carreira no BTT, vai correr pela equipa grega da Time ProTec, e assim fazer uma participação muito mais forte em provas do mundial e do europeu.
A iniciação de Ana Antunes no BTT aconteceu por acaso, há quatro anos comprou uma bicicleta e começou a dar umas voltas, juntou-se a um grupo de amigos que já participava em provas de BTT , federou-se como individual e começou também a correr. “As coisas começaram a correr bem e o amor pela modalidade foi quase um amor à primeira vista”.Curiosamente nunca teve vontade de participar em provas de estrada. “As maratonas de BTT começaram logo a mexer comigo, por isso nunca tive em mente experimentar correr em estrada, gosto de andar por montes e vales, é muito mais interessante e conseguimos conhecer sítios e paisagens de uma beleza rara”, garante Ana Antunes.A primeira prova em que participou foi muito dolorosa, “não estava minimamente preparada. Nem tinha treinador ou alguém que me desse umas dicas quanto a uma preparação para as provas”. Mas as dificuldades não a fizeram desistir. Continuou e no final da primeira época já conseguia ombrear com as melhores.Embora a correr como individual, Ana Antunes e o seus amigos conseguiram um patrocínio e compraram equipamentos todos iguais e deram um nome ao grupo que passou a chamar-se JP Bike. “Era o nome da loja onde nos juntávamos”, foi assim que decorreu toda a primeira época.No segundo ano, formaram efectivamente uma equipa que passou a chamar-se JP Bike / Clube de BTT do Cartaxo, asseguraram melhores apoios e desenvolveram ainda mais a modalidade, e Ana Antunes fez uma temporada de grande nível sagrando-se campeã nacional de maratonas de BTT. “Foi efectivamente uma excelente época, tudo correu muito bem e no final o título de campeã nacional deu para compensar todos os sacrifícios que foi preciso fazer”, disse. Época passada a correr com a camisola de campeã nacional, as coisas não correram muito bem para Ana Antunes, numa queda num treino logo no início da época partiu uma perna e durante a maior parte do tempo não pode competir. “Foram tempos difíceis o que eu queria era andar de bicicleta mas não podia”.Mesmo assim ainda conseguiu participar nalgumas provas e numa prova da Taça do Mundo foi terceira classificada e no Campeonato da Europa foi 17ª. “Foi nessas provas que os responsáveis da equipa grega me observaram e depois me convidaram para correr na sua equipa”, disse Ana Antunes.A equipa do Clube de BTT do Cartaxo não vai acabar. “Os meus companheiros de equipa vão continuar a vestir a camisola do clube, este ano vão ter o apoio da Sapor, uma empresa da minha família, e eu vou estar sempre atenta às suas prestações”, garante Ana Antunes.A atleta do Cartaxo garante que o apoio da família tem sido decisivo para a sua carreira no BTT. “A minha família sempre me apoiou quer na parte material como na parte logística. Nas provas em que participo é a minha família, os meus irmãos e os meus pais são o meu apoio nas provas, são eles que me garantem s abastecimentos e e comunicam as coisas como as coias estão a correr. Têm sido inexcedíveis”, garante.A sua entrada na equipa grega vai ter influência no desenvolvimento da sua carreira, principalmente nas deslocações ao estrangeiro. “Vou ter o apoio da equipa, até aqui as deslocações ao estrangeiro eram sempre apoiadas pelo “paitrocinio”. Não estava à espera deste convite, foi muito importante para mim o surgimento deste convite”, referiu Ana Antunes.Ana Antunes garante que o BTT em Portugal tem tido um grande desenvolvimento. “Tanto no sector masculino como no feminino. Têm surgido muitos e bons atletas e a disputa é muito forte, o que nos leva a conseguir ombrear com os melhores da Europa”, garante. Aos 28 anos Ana Antunes diz que é cedo para constituir família. “Não sou diferente das outras mulheres mas quero ir mais além na minha carreira no BTT. Daqui por alguns anos então sim vou pensar na família e em ter filhos”, garantiu. Mas a vida de uma desportista não é fácil, Ana Antunes é técnica de qualidade alimentar e trabalha na empresa da sua família, a Sapor. “Tenho algumas facilidades por isso, mas tenho que cumprir horários e trabalhar como os outros funcionários. Levanto-me cedo e pelas sete horas da manhã já estou em cima da bicicleta a treinar, o treino dura duas horas e meia, chego a casa tomo um banho rápido e entro ao serviço. Não é fácil mas é feito com gosto e isso é o mais importante”, garantiu.Geralmente treina sozinha e na estrada. “Só quando tenho companhia é que treino no campo. Na estrada não é fácil treinar, existe alguma falta de respeito dos motoristas pelos ciclistas. Já senti algumas vezes o coração ao pé da boca com os sustos. Mas vou continuar a correr enquanto me sentir bem”, disse Ana Antunes.
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