Produtividade dos trabalhadores portugueses é das mais baixas na União Europeia
Relatório da competitividade apresentado pela AIP evidencia margem para melhorar
Em Portugal os custos unitários do trabalho são elevados para a produtividade dos trabalhadores, que continua a ser das mais baixas na União Europeia. Os dados constam do relatório da competitividade apresentado recentemente pela Associação Industrial Portuguesa.
Portugal é dos países europeus onde mais se trabalha mas onde menos se produz. As conclusões são do relatório da competitividade, apresentado recentemente pela Associação Industrial Portuguesa (AIP). Atrás de Portugal apenas se encontram a República Checa, Hungria e Polónia.A falta de produtividade não parece ser causada pelos custos unitários do trabalho, já que nesse campo o país ocupa lugares acima da média comunitária. “Há muitos factores determinantes mas nenhum pesa tanto como a carga fiscal”, salientou o presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, na apresentação do documento. Sem contar com os elevados impostos, a maioria das empresas nacionais debate-se com um fraco poder de compra dos trabalhadores e uma elevada taxa de abandono escolar precoce. Na categoria do poder de compra por habitante Portugal só consegue ficar à frente da Eslováquia, Hungria e Polónia. Já a Holanda, Dinamarca, Irlanda e Alemanha ocupam os lugares cimeiros.O documento preparado pela AIP aponta também para um Produto Interno Bruto (PIB) abaixo da média europeia e com perspectivas futuras de crescimento negativo, o que só poderá ser invertido com o aumento das exportações, que apesar de tímidas vão dando sinais de crescimento. Apesar do cenário negativo, o relatório da competitividade também mostra aspectos positivos que colocam o país à frente das economias rivais do velho continente. A taxa de emprego situa-se na média da zona euro, os custos unitários com o trabalho mostram sinais de diminuição futura e o preço da electricidade para as empresas é baixo comparativamente com outros países. A formação de capital fixo das empresas nacionais está a par com a média e próxima dos valores apresentados por Holanda e Dinamarca. Também as despesas em investigação e desenvolvimento (I&D) estão próximo da média comunitária, já que as empresas nacionais são das que mais investem em I&D, juntamente com as firmas britânicas, italianas e espanholas.Associação entregou medalhas de ouroA Associação Industrial Portuguesa (AIP) atribuiu, no dia em que celebrou o seu 176º aniversário, as medalhas de ouro às empresas que se distinguiram no mercado nacional no último ano. As distinções foram entregues aos empresários Álvaro Santos Silva (Sicasal), Pedro Queiroz Pereira (Secil), Rui Filinto (Key Plastics) e Manuel Reis Campos (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas). Foram ainda distinguidos, a título póstumo, o professor António Carvalho Fernandes e o empresário José Ribeiro Vieira.
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