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André Ferreira

29 anos, Técnico de Vendas, Chamusca

“O país já ultrapassou todos os limites nesse campo. Acho que tirar poder de compra às classes média e baixa é estar a contribuir para uma estagnação total da economia porque quem fomenta a economia é a classe média”. * * * “A Ascensão é na Chamusca e eu cumpro essa tradição até cair para o lado. De quarta para quinta-feira é sempre uma directa, é toda a noite e vai até ao final da entrada de toiros. Não perco pitada da festa, seja ela feita com grandes artistas ou com a prata da casa”

Sente muitas diferenças desde que iniciou a sua actividade de técnico de vendas até hoje?Sinto. As diferenças estão sobretudo na receptividade das pessoas. Muda-se de ânimo de um dia para o outro e às vezes até se tornam mais agressivas. No âmbito da minha carreira também posso dizer que hoje consigo chegar mais longe e conseguir melhores resultados.O país consegue suportar mais austeridade?De maneira alguma. O país já ultrapassou todos os limites nesse campo. Acho que tirar poder de compra às classes média e baixa é estar a contribuir para uma estagnação total da economia porque quem fomenta a economia é a classe média. Acho que o Estado, com todas estas medidas de austeridade que tem vindo a impor, acaba por perder receitas e obriga ao encerramento de empresas e ao aumento do desemprego.O primeiro ministro ainda governa alguma coisa?Ele já deixou de governar há muito tempo. Praticamente desde que tomou posse. Quem manda em Portugal é a Troika. Somos comandados por outro barco e neste momento penso que o que há a fazer é tentar conseguir que o nosso barco não vá totalmente ao fundo.Já alguma vez foi assaltado ou presenciou um assalto?Não. Assaltado nunca fui e também nunca assisti a nenhum assalto. Mas já fui roubado, já me partiram um vidro do carro para retirar algumas coisas que tinha no seu interior e também já me roubaram a carteira. Isto foi na zona de Lisboa porque aqui na Chamusca a segurança é muito maior.Como é passada a época da Páscoa?É muito simples, o tempo não está para aventuras. Sou filho de pais separados e procuro juntar a família. Almoço com o meu pai e janto com a minha mãe. Mas sempre sem grandes gastos de dinheiro.Deu uma prenda à esposa no dia dos namorados?Tanto eu como a minha esposa temos uma ideia muito diferente nesse campo. Não precisamos de dias com rótulo para oferecer prendas um ao outro. Dentro das nossas possibilidades e sempre que existem uns cêntimos a mais fazemos questão de fazer uma oferta a um ou a outro. Já alguma vez foi assistir a uma reunião de câmara?Sinceramente, nunca fui. A minha disponibilidade para esse tipo de coisas é nula. Mas reconheço que devia estar mais informado do que ali se passa. Devia interessar-me mais pelo que se passa na minha terra ao mais alto nível. Costuma comprar raspadinhas?Sim. Gosto de jogar. Fui criado no jogo, desde os quatro anos que jogo basquetebol. Não sou viciado, mas gosto de comprar uma raspadinha e raspá-la enquanto bebo um café.Se lhe saísse o euromilhões o que fazia em primeiro lugar?Não entro nessa de fazer a distribuição por este e aquele. Acho que o que faria em primeiro lugar era juntar todas as dívidas da minha família mais chegada e pagá-las. Depois logo se via o que faria, mas iria de certeza gozar a vida.Costuma ir a festas populares no Verão?Vou com a regularidade. Não falto à grande festa da minha terra. A Ascensão é na Chamusca e eu cumpro essa tradição até cair para o lado. De quarta para quinta-feira é sempre uma directa, é toda a noite e vai até ao final da entrada de toiros. Não perco pitada da festa, seja ela feita com grandes artistas ou com a prata da casa. Dou graças a Deus por ter nascido aqui na Chamusca.Pede factura quando vai beber um café?Não. Acho que não é por aí que o país endireita. Se fosse abordado por algum fiscal, dir-lhe-ia para passar logo a multa e não tinha outro remédio senão pagar. Andam com tanta fome de dinheiro que não vale a pena discutir.O que faz mais falta no local onde vive?Sem dúvida que o que faz mais falta é apostar nos jovens. Temos um pouco de tudo, desportiva e culturalmente. Não temos grandes problemas de drogas ou violência. Por isso digo que se devia apostar mais na juventude.Um bom cozido à portuguesa ou uma caldeirada?Não troco um bom cozido à portuguesa por nada.

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