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Com a crise começou a haver pouca honestidade na venda de automóveis

Com a crise começou a haver pouca honestidade na venda de automóveis

Fernando Neves é gerente do principal concessionário Renault no concelho de Vila Franca de Xira

Quando era jovem comprava automóveis velhos e recuperava-os para venda. O que começou como uma brincadeira acabou por levar Fernando Neves à gerência do principal concessionário Renault do concelho de Vila Franca de Xira. Diz que o governo tem de fazer mais para salvar as pequenas e médias empresas da região e lamenta que haja pouca honestidade no sector.

A crise agrava os casos de desonestidade para com os compradores de automóveis. A opinião é de Fernando Mendes das Neves, gerente da Somecânica, o principal concessionário Renault no concelho de Vila Franca de Xira. “Para nós a honestidade é o mais importante que se deve ter com os clientes. Sem ela não se consegue cimentar uma relação de confiança e acho que deve ser o nosso principal valor. Infelizmente há pouca honestidade neste mercado, sobretudo agora que vivemos este período de crise”, defende.Para dinamizar o sector automóvel o empresário diz que é preciso, para além de uma injecção de capital da banca, uma motivação adicional dos governantes para apoiar as pequenas e médias empresas. “São as PME que empregam mais gente e isso ajudaria a resolver o principal flagelo que nos afecta que é o desemprego, que já é significativo”, refere. O apoio ao abate ainda continua a ser um forte dinamizador de vendas. “Mas podia ser mais, porque o nosso parque automóvel ainda é bastante velho. O Estado podia arrecadar mais impostos se as empresas também vendessem mais”, explica.Fernando Mendes das Neves, 49 anos, nasceu em Angola mas regressou a Portugal com os pais na altura do 25 de Abril. Os pais compraram casa na Bodadela, Loures, e foi aí que residiu até casar. Hoje vive e trabalha na Póvoa de Santa Iria. Confessa que nunca foi bom aluno e abominava as letras, preferindo a matemática. “Sempre gostei muito de automóveis e o meu sonho desde criança era ser empregado bancário e dono de um stand”, confessa. O seu primeiro emprego foi na loja da mãe, uma pequena retrosaria onde Fernando ajudava a meter em ordem a papelada. Depois esteve uma semana a vender livros porta a porta até decidir que não seria aquela a sua vocação. O ponto de viragem da sua vida profissional começou há cerca de 26 anos quando se casou e viu os pais mudarem-se para uma cave com garagem. “Como gostava de carros comecei a comprar carros velhos que vinham nos jornais, reparava-os eu próprio e vendia-os”, conta. O pequeno negócio cresceu de tal maneira que a dada altura já tinha vários colegas a trabalhar consigo nas horas vagas.Um dia, depois de comprar um Alfa Romeu Sprint Veloce na Somecânica, acabou por tornar-se amigo de um dos sócios e com o tempo comprou a totalidade das quotas da empresa. Hoje é ele o dono da empresa, juntamente com o pai e o irmão. Trabalha uma média de 10 horas por dia e começa o seu dia de trabalho na oficina que a empresa tem na Póvoa de Santa Iria. Depois muda-se para o stand do Forte da Casa para tratar da papelada. Além da venda de automóveis novos e usados, a Somecânica tem oficina de reparação, chapa, pintura e área de limpeza. “É mais fácil vender automóveis quando somos apaixonados por carros”, garante o empresário. A quarta geração do Renault Clio, cujos preços arrancam nos 15 mil euros, tem sido o modelo mais vendido. Fernando diz que o seu carro de sonho é um Audi R8 e que a sua profissão favorita teria sido engenheiro, de preferência ligado à construção de edifícios. “Sempre gostei muito da área da construção e da arquitectura. Era uma coisa que eu gostava de fazer. Mas sinto-me muito bem como estou actualmente”, conclui.
Com a crise começou a haver pouca honestidade na venda de automóveis

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