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Gosto pela vida do campo levou-o a ajudar quem investe na agricultura

Gosto pela vida do campo levou-o a ajudar quem investe na agricultura

José Luís André presta serviços de consultadoria e apoio na concepção e execução de projectos nas áreas agrícola, pecuária e florestal

A aprovação dos projectos dos seus clientes acaba por ser a recompensa que tem, dando por si a pensar em soluções para um determinado caso quando está a passear o cão ou no duche matinal.

Natural de Abrantes, José Luís André, 51 anos, gerente da Gestiverde - Gestão Rural, Lda, sempre gostou da harmonia da vida do campo, pelo que o percurso que foi traçando profissionalmente evoluiu de forma natural nessa direcção. Actualmente presta serviços de consultadoria e apoio na concepção e execução de projectos nas áreas agrícola, pecuária e florestal com vista a serem contemplados com apoios comunitários. Licenciado em Ciências Agrárias/Ramo Engenharia Zootécnica pela Universidade de Évora, José Luís André reconhece que apesar de não estar a exercer em exclusivo na área, a formação base que recebeu é bastante útil no trabalho que desenvolve.Após terminar o curso, em 1986, regressou a Abrantes para fazer um estágio numa cooperativa, hoje já extinta. Um factor determinante já que foi nesse ano que a União Europeia começou a disponibilizar apoios comunitários a Portugal, entre outros sectores, à agricultura. Depois do estágio, trabalhou num Centro de Gestão Agrícola no Tramagal e, mais tarde, com dois colegas decidiram montar uma empresa que ajudasse os agricultores a candidatarem-se a fundos europeus, actividade que exerciam em paralelo com outras funções.Com uma visão empreendedora e sentindo que este era um nicho de mercado, José Luís André vendeu a sua quota e abriu uma empresa de projectos e elaboração de candidaturas a fundos comunitários nas vertentes agrícola, florestal e pecuária. José Luís André arriscou ser empresário por conta própria em 1994, fundando a empresa AlfGab precursora da Gestiverde, que surge um ano mais tarde. “É preciso que a pessoa se candidate e apresente um projecto que justifique que o investimento que vai realizar merece ser apoiado porque gera valias económicas”, explica José Luís André, que assume tratar de cada processo como se fosse seu. Sempre atento às necessidades dos clientes, notou que para além do apoio na elaboração de candidaturas, os mesmos necessitavam ainda de apoio fiscal e contabilístico. Sentiu que podia conjugar as duas vertentes, apostando na empresa Alfgab, que começou a tratar unicamente da vertente contabilística. Por outro lado, a Gestiverde, para além de elaborar os projectos agrícolas, pecuários e florestais (que podem garantir uma percentagem de apoios a fundo perdido que podem variar entre os 40 e 60 por cento), trata ainda da execução das obras, subcontratando os serviços necessários, sempre que o cliente o solicite, e disponha do chamado serviço “chave na mão”.José Luís André soube acompanhar a evolução do mercado e acabou, para além da área agrícola, por abraçar a área florestal - sector que não dominava mas aprendeu a conhecer - uma vez que a região onde trabalha tem uma componente florestal muito forte. Muitos dos clientes, proprietários agrícolas, têm também eucaliptais, pinhais ou montados de sobro e, tal como existem ajudas para a parte agrícola, há ajudas para o sector florestal, nomeadamente para limpezas de mato, rearborizar áreas ardidas ou áreas incultas para plantação.José Luís André, que começou a trabalhar sozinho e actualmente lidera uma equipa de cinco colaboradores, tem por hábito chegar ao escritório antes das oito da manhã. O seu dia é passado ao telefone, em reuniões com clientes ou organismos do Estado, ou a visitar propriedades. Reconhece que tem uma grande carga de trabalho administrativo e tenta organizar-se para não deixar tudo para o último dia.A pasta com o computador portátil e documentação vai sempre consigo para casa. Mantém-se atento às mudanças na legislação e frequenta seminários e acções de formação que antecipam o que virá, no futuro, em termos de apoios comunitários.A aprovação dos projectos dos seus clientes acaba por ser a recompensa que tem, dando por si a pensar em soluções para um determinado caso quando está a passear o cão ou no duche matinal. “Tentamos estar sempre um passo à frente para conseguirmos dar a resposta na altura certa e não andar a reboque dos outros. Penso que este crescimento, de forma sustentada, é vital para que a empresa não morra”, atesta o empresário considerando que, com a crise, o sector ganhou outra vitalidade. “Há cada vez mais gente a achar que a terra é um refúgio”, refere.
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