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Distrital do PSD de Santarém é a única liderada por uma mulher e é a que tem mais candidatas às câmaras

Distrital do PSD de Santarém é a única liderada por uma mulher e é a que tem mais candidatas às câmaras

A situação é inédita e merece destaque a nível das estruturas dos sociais-democratas a nível nacional

Seis das cabeças de lista às vinte e uma câmaras municipais do Distrito de Santarém são do PSD. É o partido com mais elementos do sexo feminino nos primeiros lugares das listas de candidatos. A nível nacional a única comissão distrital liderada por uma mulher é a de Santarém. A presidente que também é presidente da Câmara de Rio Maior chama-se Isaura Morais.

A única Comissão Política Distrital do PSD liderada por uma mulher é a de Santarém. E é no distrito de Santarém que aquele partido tem o maior número de mulheres como cabeças de lista às câmaras municipais. São seis no total. Para além da própria presidente da distrital, Isaura Morais, que há quatro anos ganhou a Câmara Municipal de Rio Maior, com maioria absoluta, depois de um longo reinado do PS e que agora se recandidata ao cargo, os social-democratas apresentam como candidatas a presidentes, Elza Vitório em Abrantes, Susana Aparício em Alcanena, Aurelina Rufino na Chamusca, Liliana Santos Pinto em Coruche e Isilda Aguincha no Entroncamento. A deputada eleita pelo círculo de Santarém, Carina Oliveira, é uma das pessoas mais entusiasmadas com a situação. Embora diga e repita que a política não tem género e o que interessa são as capacidades, defende que há aspectos positivos da actividade política que podem ser potenciados pelas mulheres. Quinta-feira passada fez questão de conduzir as candidatas numa visita guiada à Assembleia da República e de almoçar com elas. E permitiu que fosse O MIRANTE a colocar questões às suas convidadas. Das convidadas apenas Aurelina Rufino não esteve presente.Elza Vitório, actual directora do Centro de Emprego e Formação Profissional da Lezíria é a única que não tem experiência autárquica. Isaura Morais foi presidente de Junta de Rio Maior antes de conquistar a câmara, Isilda Aguincha é deputada no actual mandato, presidente da Assembleia Municipal do Entroncamento e presidente da Assembleia da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Aurelina Rufino foi vereadora da Câmara Municipal da Chamusca e é actualmente presidente da Junta de Freguesia da Chamusca. Susana Aparício ganhou a Junta de Freguesia de Monsanto no concelho de Alcanena há 16 anos, com uma lista de cidadãos independentes e vai exercer o cargo até às eleições de 29 de Setembro deste ano. Liliana Santos Pinto, advogada e vice-presidente da concelhia do PSD em Coruche, já integrou a Assembleia Municipal de Coruche. Em alguns concelhos onde as mulheres sociais-democratas encabeçam as listas às câmaras municipais, o PSD concorre coligado com o CDS/PP. É o caso de Alcanena, Chamusca e Rio Maior.Com excepção de Susana Aparício, que confessa ter tido contactos regulares com o partido para a formação da sua lista, todas as outras dizem que têm carta branca para escolherem quem quiserem. Mas afirmam que a nenhuma delas passaria pela cabeça formar uma lista só de mulheres por considerarem que, para além de ser uma discriminação, o essencial é ter as melhores pessoas e com mais capacidade, independentemente do sexo. Apesar disso, a candidata de Alcanena confessa que a lista independente com que ganhou a junta de freguesia de Monsanto em 1997 era maioritariamente composta por mulheres. A carta branca para a escolha dos elementos das listas tem que ser colocada entre aspas. O PSD sabe à partida que pode confiar no bom senso das mulheres que escolheu para liderarem as listas. E na maior parte dos casos a última palavra pertence aos plenários de militantes. Todas acreditam que não são cabeças de lista pelo simples facto de serem mulheres mas porque lhes reconhecem outras capacidades já demonstradas ao longo da vida ou da sua ligação ao partido. Realçam o facto de também terem o apoio das famílias. E dizem que a lei da paridade da autoria do PS, que obriga a um terço de mulheres em todas as listas não contribuiu em nada para a actual situação no PSD. A esse propósito lembram, por exemplo, que o PSD é o único partido com representação parlamentar, que se pode gabar de já ter sido presidido por uma mulher (Manuela Ferreira Leite).Perguntas e RespostasConcordam com a lei da limitação de mandatos?Isaura Morais - O envolvimento que se tem a nível do poder local com as nossas comunidades, com as nossas gentes é de tal ordem que é normal esse querer prolongar o tempo num determinado cargo. Quanto maior é o envolvimento e a dedicação maior é essa vontade. Concordo com a lei da limitação de mandatos. Susana Aparício - Todas as pessoas têm um tempo. Gosto muito de fazer coisas mas há um limite. Confesso que só não saí há quatro anos porque achámos que tendo ficado um compromisso que tínhamos assumido por cumprir, era nossa obrigação sujeitarmo-nos a sufrágio. Mas vou ser sincera. Entrei para a Junta de Monsanto há 16 anos e sempre disse que preferia ser desejada do que aborrecida.Serem candidatas pelo PSD nesta altura não dá grande vantagem? Isaura Morais - As pessoas sabem separar o poder local do poder central e também reconhecem que o que está a passar passar-se-ia com qualquer partido. Concordam com a colocação de câmaras de videovigilância em locais públicos? Elza Vitório - Era politicamente correcto dizer que se é contra porque viola a privacidade das pessoas mas não é assim tão simples. É uma matéria complexa. Não posso responder apenas sim ou não. No entanto essa possibilidade está legislada e eu concordo com a existência da lei.Isaura Morais - Depende de cada caso. E a lei obriga a determinados procedimentos para salvaguarda da privacidade dos cidadãos. A deputada Carina João diz-me que em Fátima a videovigilância fez diminuir o problema com os carteiristas. É um caso interessante, mas também me estão a dizer que as câmaras têm tanto alcance que até conseguem contar as rugas na cara de uma pessoa. Se é assim, estou contra (risos). Que percepção têm da informação e serviços disponibilizados nos sites municipais?Liliana Santos Pinto - A informação satisfaz mas faz muita falta o acesso a alguns procedimentos. Hoje em dia os municípios podiam permitir que algumas coisas pudessem ser feitas através da internet. Os Boletins Municipais fazem falta?Isilda Aguincha - É uma forma de comunicar importante porque muitas pessoas não têm acesso à internet. Muitos cidadãos gostam de ter informação em papel. Mas essa informação pode ser dada através do Boletim Municipal ou numa separata de um jornal. Liliana Santos Pinto - A maior parte das vezes o que vem no Boletim Municipal é apenas propaganda da câmara e dos eleitos da maioria. Não tem informação útil.Isaura Morais - Um Boletim Municipal só faz sentido se der informação em tempo útil. E faz mais sentido se não tivermos um órgão de comunicação social local ou regional onde possam ser divulgadas as actividades municipais. Percebo que muitas vezes seja visto pelos munícipes, de uma forma geral, como uma despesa desnecessária, nomeadamente quando o boletim é uma duplicação, muito desactualizada, de coisas que aconteceram e foram noticiadas.
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