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Palavras e música de Rui Malaquias e João Madeira são sucesso em palco

Palavras e música de Rui Malaquias e João Madeira são sucesso em palco

Criadores ribatejanos inventaram três espectáculos diferentes que têm vindo a ser exibidos pelas salas da região. Depois de tempos a criarem para a gaveta decidiram mostrar a sua arte ao público.

“Meia Volta de Urano”, “Comício - Yes Weekend” e “Viagem Entre Linhas” são três espectáculos teatrais construídos por Rui Malaquias e João Madeira que estão em cena em várias salas da região. São peças de teatro musical saídas da inspiração dos dois criadores ribatejanos, mas bem diferentes na sua concepção e representação.“Meia Volta de Urano” é um espectáculo de palavras e música, escrito pelo chamusquense Rui Malaquias para homenagear uma amiga da rádio, que aborda os sentimentos da mulher madura, nomeadamente a saudade, a maturidade, a intimidade, a liberdade, o medo, a frivolidade, a intolerância, o desejo, a determinação, a maternidade, a razão ou a própria loucura. Durante mais de uma hora de espectáculo são apresentados, em ritmos jazz e pop, 12 temas musicais originais (de João Madeira e Rui Malaquias), que conferem ao evento uma dinâmica contagiante. “Há sempre uma surpresa em cada espectáculo que apresentamos ao público”, garante Rui Malaquias. Na peça “Comício - Yes Weekend”, os autores apresentam um espectáculo diferente, em forma de comício, interpretado por Carlos Petisca e que tem também momentos musicais interpretados pela voz de Filipa Frade e pelos músicos Tiago Ramos, Peter Straken, Sérgio Marques e Fernando Piedade. O espectáculo é uma viagem pelas principais “áreas da desgovernação”. O personagem central é um desempregado que encontra como único vislumbre de prosperidade, a única possibilidade real de emprego, a sua eleição para um cargo político. Só que esse candidato sofre da incapacidade de mentir, de ocultar as suas reais convicções e inquietações, o que por si só promete prender os espectadores.“Viagem Entre Linhas” é outro género de espectáculo. Rui Malaquias faz uma viagem em dez ciclos da sua própria vida. Para isso convida o público para um convívio no palco e, entre um petisco e um copo, vai narrando as diversas fases da sua vida e da sua escrita, intercalada com a música e a voz de Filipa Frade e a música dele próprio e do escalabitano João Madeira. O público pode intervir no espectáculo. Se estiver algum músico presente é-lhe pedido para ir buscar o seu instrumento e juntar-se na interpretação de um poema e música feitos e compostos no momento. “É uma tertúlia cultural que vai muito para além de uma peça de teatro, é um grande convívio que chega a durar quatro ou cinco horas”, diz o autor.“São espectáculos de certo modo diferentes do habitual, onde cantando a nossa própria poesia e a nossa música tentamos, com a voz bonita de Filipa Frade e com a grande capacidade de representação de Carlos Petisca, transmitir algo de útil aos espectadores. Temo-lo conseguido, estamos cada vez mais apertados com os espectáculos, mas a nossa vontade de trabalhar é enorme”, diz Rui Malaquias.As várias peças têm espectáculos marcados para diversos pontos da região. Dia 6 de Setembro, a peça “Viagem Entre Linhas” vai à cena na Carregueira, Chamusca, e no dia 7 de Setembro vai estar em Torres Novas, na Biblioteca Municipal.Poesia começou a viver com Rui Malaquias ainda na escola primária Rui Malaquias tem 44 anos, é natural da Chamusca e começou a escrever poesia muito cedo, ainda na escola primária. “Um dia pensei que já tinha muitos poemas escritos e que já davam para editar um livro. Tinha então 12 ou 13 anos e juntamente com o Joaquim Condeço fomos bater à porta da grande poetisa chamusquense, D. Maria Manuel Cid, mostrar-lhe os poemas e pedir-lhe para fazer um prefácio para o livro. A senhora ficou surpreendida, sorriu perante o nosso atrevimento e aceitou fazer o prefácio”. O livro nunca chegou a ser publicado, mas o prefácio e os poemas estão guardados religiosamente para um dia “se for possível” verem a luz do dia. Aliás, escrever e fazer música foi sempre um passatempo de Rui Malaquias. Durante muitos anos andou por outros caminhos, nos estudos optou pela área das ciências, matemática e informática e também do ensino. Nunca deixou de escrever, compor música e elaborar peças de teatro. “Escrevia, fazia e colocava na gaveta”, diz.Pontualmente mostrava o seu trabalho a alguns poetas e a resposta não era muito animadora. Aos 30 anos, com o fim do seu casamento, “deu-se um clique e passei a escrever e a fazer música com mais vontade e as coisas começaram a tomar forma. Foi a partir daí que aquelas pessoas que me diziam que o que tinha feito não era de qualidade passaram a dizer que afinal havia muito valor nesta nova fase”.Foi então que apareceu o amigo João Madeira, um músico de Santarém, e passaram a trabalhar em parceria. “Criávamos muita coisa, poemas, música e fazíamos maquetas de espectáculos, que normalmente iam para a gaveta”. No início de 2013, João Madeira, disse estar cansado de andar a escrever e a compor para a gaveta e decidiram dá-los a conhecer ao público. “Começámos com o Comício e agora já não paramos. Continuamos com três peças em cena e temos outras já preparadas”. Uma delas é uma super produção que pretendem levar à cena no Castelo de Almourol e deixar gravado na memória das pessoas. “Temos coisas de muito valor para vir à luz. Um espectáculo dedicado aos desprotegidos e abandonados, que tem poemas de grande valor, que até enviei para várias entidades políticas e sociais, de quem recebi felicitações, está pronto para subir à cena. Desse não abdico, só espera o momento adequado, até já tem patrocínios de várias entidades. A receita será para um instituição social”, revela Rui Malaquias.
Palavras e música de Rui Malaquias e João Madeira são sucesso em palco

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