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Fernando Costa

Mecânico de comboios, 44 anos, Meia Via

“Embora se conviva muito pelas redes sociais, que são uma forma de reencontrar velhos amigos, a verdade é que passamos demasiado tempo atrás de um aparelho electrónico, quando seria muito mais agradável beber um café numa esplanada”* * *“Acredito que a tarefa do primeiro-ministro não é nada fácil. Mas, se tivesse oportunidade, talvez lhe dissesse para olhar mais para as pessoas e menos para os números. A austeridade a todo o custo não nos leva a lado nenhum”* * *“Vê-se que as pessoas andam mais irritadas com a vida, não têm muita paciência e os casos de falta de civismo na estrada sucedem-se. Eu gosto de acelerar de vez em quando, mas escolho sempre locais próprios para não colocar em risco a minha segurança e a dos outros”

Gostava de ir de bicicleta para o trabalho?Gostar até gostava, mas trabalho em Lisboa, por isso é impossível. Desloco-me de comboio e depois à chegada à cidade vou a pé porque o trabalho fica perto. Era capaz de ir passar férias para um parque de campismo?Já passei muitas férias em parques de campismo, seja numa tenda ou numa roulotte. Guardo algumas boas recordações desse tempo, não recuso a possibilidade de voltar. No campismo existe uma grande sensação de liberdade e o convívio entre os campistas é muito bom. Hoje em dia ainda vale a pena comprar uma casa?Penso que sim. É sempre bom ter o nosso cantinho e poder deixar aos nossos filhos alguma coisa nossa. Mas que isso é muito difícil é. Estou a pagar a minha casa e só eu e a minha esposa sabemos os sacrifícios que são necessários fazer. Todos os dias entram várias empresas em insolvência. Esta realidade não o assusta?Assusta e de que maneira. É o nosso futuro e o dos nossos filhos que está em jogo. A crise não explica tudo, mas a política seguida pelo Governo é a grande culpada do que está a acontecer.Estamos no bom caminho para sairmos desta crise?Não vejo que a situação esteja melhor ou a melhorar. O Estado só toma medidas que ajudam a afundar mais o país. O que me parece é que estamos cada vez mais perto do abismo. Se estivesse com o primeiro-ministro Passos Coelho o que lhe dizia?Acredito que a tarefa do primeiro-ministro não é nada fácil. Mas, se tivesse oportunidade, talvez lhe dissesse para olhar mais para as pessoas e menos para os números. A austeridade a todo o custo não nos leva a lado nenhum.Ainda vale a pena tirar um curso universitário?Já acreditei mais nisso. Tenho tantos amigos que terminaram os cursos mais cedo e estão desempregados. Mas também aceito que vale a pena. O saber e a formação são sempre úteis. O que o irrita mais quando vai a conduzir?Vê-se que as pessoas andam mais irritadas com a vida, não têm muita paciência e os casos de falta de civismo na estrada sucedem-se. Eu gosto de acelerar de vez em quando, mas escolho sempre locais próprios para não colocar em risco a minha segurança e a dos outros. Quais são os seus maiores luxos?Não sou uma pessoa de grandes luxos. Por isso os meus maiores luxos são ter uma casa e um carro que estou a pagar com grande sacrifício. De resto, tento ser poupado. Bebe água da torneira?Não. Muito raramente bebo água da torneira. Tem um sabor estranho. Bebo sempre água de garrafão, a não ser que esteja a morrer de sede e não tenha outra alternativa. Qual é o seu maior sonho?Não sou homem de sonhar muito. Viver bem com a minha família, com saúde e amor é o meu grande sonho.As redes sociais estão a roubar tempo ao convívio real entre pessoas?Julgo que sim. Embora se conviva muito pelas redes sociais, que são uma forma de reencontrar velhos amigos, a verdade é que passamos demasiado tempo atrás de um aparelho electrónico, quando seria muito mais agradável beber um café numa esplanada. Se lhe depositassem cinco mil euros na conta hoje para onde viajaria?É difícil responder, porque possivelmente iria guardá-los para alguma necessidade. Se fosse para fazer uma viagem gostaria de ir aos Açores. Nunca lá fui e tenho ouvido maravilhas das ilhas.

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