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Festas do Sardoal souberam a pouco

Festas do Sardoal souberam a pouco

Organização estima que cerca de 35 mil pessoas tenham passado pelos festejos

Fim de semana animado na vila, onde a música e a gastronomia tradicional constituíram as principais atracções.

As Festas do Concelho de Sardoal encheram a vila durante três dias com muita animação, cerca de 35 mil visitantes e o melhor das tradições regionais. A Praça Nova acolheu a 7.ª Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão, certame integrado nos festejos e organizado pelo município em parceria com a Associação Tagus. Um fim-de-semana farto em iguarias gastronómicas onde os enchidos, presuntos, queijos e pão perfumaram as ruas e abriram o apetite a todos os que passaram pela “Vila Jardim”. As compotas, os vinhos e artesanato também marcaram presença de sexta-feira, 20 de Setembro, a domingo, 22 de Setembro.O ponto alto da festa foi marcado pela actuação da cantora portuguesa Áurea, que no domingo encheu a Praça da República e ruas adjacentes. Um espectáculo que, de acordo com a organização, juntou cerca de seis mil pessoas.A cerimónia de abertura decorreu na sexta-feira e contou com a presença de Octávio de Oliveira, secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional. O governante, natural do Tramagal, foi recebido por Fernando Moleirinho, presidente da Câmara do Sardoal, na Praça da República, com guarda de honra prestada pela Filarmónica União Sardoalense.Na cerimónia de boas-vindas, que decorreu nos Paços do Concelho, Fernando Moleirinho salientou a importância da presença de Octávio de Oliveira num concelho que conhece bem. “É uma honra receber vossa excelência nesta ocasião única para nós quando celebramos as festas do concelho e os 482 anos de existência enquanto vila”, referiu o autarca.Octávio de Oliveira teve a oportunidade de rever amigos e considerou a ocasião como um momento importante para o desenvolvimento do concelho do Sardoal. “Este é um momento também importante porque estamos a encerrar um ciclo, com o final em termos da gestão do professor Fernando Moleirinho”, acrescentou, referindo que este “deixa uma autarquia relativamente equilibrada para que o futuro se possa trilhar com estabilidade”.Durante o seu discurso, Octávio de Oliveira alertou ainda a importância da aposta nos ofícios e artes tradicionais, fundamentais para a valorização do património da actividade cultural. “É importante que algumas franjas da actividade económica ligada aos ofícios e às artes tradicionais encontrem um espaço para elas”, disse, referenciando que esta também é uma forma de potenciar oportunidades de emprego ligadas à criação de produtos únicos.O Secretário de Estado fez também uma visita pelos expositores da 7.ª Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão, onde cumprimentou os produtores e artesãos presentes.Sardoalenses gostavam que a festa se prolongasseSentado num banco da Praça Nova, O MIRANTE encontrou Raúl Baptista, a viver em Lisboa, mas que não dispensa as festas do concelho. “Quantos mais eventos houver mais o Sardoal se dá a conhecer”, disse Raúl Baptista. A família está a fazer a vindima em Sentieiras, aldeia do concelho de Abrantes, local onde têm a sua propriedade, anteriormente cuidada pelo pai. Para descontrair um pouco decidiram rumar ao Sardoal e usufruir de um momento de convívio de gerações, com a família unida. António Conceição vive em Sardoal há mais de seis décadas e O MIRANTE encontrou-o sentado à porta do Café Central da vila. Para este popular as Festas do Sardoal são importantes para promover a terra e conviver com os amigos. “Agrada-me o ambiente da festa, mas agora isto está tudo mudado. São só três dias, antigamente havia festas de sete ou oito dias”, recorda a O MIRANTE revivendo as memórias de grandes festas dos seus tempos de juventude, como a Festa do Bodo.Valentim Serras salienta o significado da festa por nesta ocasião serem também celebrados os 482 anos de elevação do Sardoal à categoria de vila. “O convívio e as pessoas que vêm de fora confraternizar com o pessoal do Sardoal são o mais importante neste ambiente de festa, porque é uma oportunidade para darmos a conhecer as nossas tradições”, afirma Valentim. Para este sardoalense só existe um reparo a fazer: “É muito trabalho para poucos dias de festa, se fosse cinco dias, por exemplo, trazia mais desenvolvimento para a terra”, defende.Para além da gastronomia, o fim-de-semana foi preenchido com actividades lúdicas e desportivas e com muita música e com a presença das tasquinhas das Associações do município.Octávio Oliveira levou recados para o GovernoO presidente da Câmara do Sardoal, Fernando Moleirinho, pediu ao secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional para transmitir ao Governo que está na hora de ser relembrada a situação dos Bombeiros Municipais enquanto funcionários da autarquia. “Não podemos ignorar os ensinamentos da própria vida e é altura do Governo repensar o que aconteceu nos incêndios deste ano”, referiu.“É importante que as pessoas que têm a responsabilidade de decidir ouvissem os agentes do terreno e legislassem com coragem e clarividência”, completou Fernando Moleirinho.Octávio Oliveira foi peremptório e no seu discurso clarificou “que as questões muitas vezes não se resolvem por decreto em Lisboa, quem está junto das populações são os autarcas, as instituições da economia social, as misericórdias e as instituições particulares de solidariedade social”.
Festas do Sardoal souberam a pouco

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