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Um médico fascinado pelo coração

Um médico fascinado pelo coração

Vítor Martins é cardiologista e arritmologista na Clínica do Coração e no Hospital de Santarém

O clínico considera que Portugal ainda é um país de sedentários e que o Estado deveria fomentar a prática de exercício físico para diminuir os gastos em saúde.

Na altura em que frequentava a escola secundária realizou alguns testes psicotécnicos que lhe indicaram que devia seguir as áreas de economia ou gestão. Vítor Martins preferiu ignorar os exames e decidiu seguir o seu instinto que lhe dizia ter mais vocação para medicina. Uma opção da qual não se arrepende uma vez que faz aquilo que gosta.Nasceu “por acaso” numa aldeia do Fundão, na serra da Gardunha. Os pais moravam em Lisboa, mas a sua mãe estava em casa dos pais quando nasceu. Vítor Martins, 50 anos, especializou-se em cardiologia e subespecializou-se em arritmologia. Sempre foi fascinado pelos problemas cardiovasculares. “A patologia cardiovascular implica com todos os outros sistemas do corpo humano. O coração é um órgão central na avaliação de um paciente e isso fascina-me”, explica o médico.O cardiologista divide os seus dias pela “Clínica do Coração”, na Rua Pedro de Santarém, onde é sócio-gerente juntamente com a esposa, Maria Luz Pitta Esteves Pires, também ela cardiologista, e o Hospital Distrital de Santarém, onde é o responsável da unidade de Pacers e Arritmologia. Trabalha no hospital da capital ribatejana há cerca de 15 anos, onde lhe deram perspectivas para fazer o que queria: abrir um laboratório de pacemakers, valência que o hospital só passou a ter depois de Vítor Martins chegar a Santarém. “Hoje é um laboratório reconhecido e com valor”, realça.O médico explica a O MIRANTE que, ao longo dos anos, tem tentado que o Hospital de Santarém acompanhe as novas tecnologias. E tem-no conseguido. “Recentemente surgiu um novo pacemaker, pequeno, que permite tratar não só as arritmias mas também fazer o diagnóstico da apneia do sono. E nós já colocámos esse pacemaker em pacientes no Hospital de Santarém”, revela.Vítor Martins defende que o coração é o órgão mais importante e que todo o corpo humano pode estar mal se o coração não estiver bem. A doença mais comum que os seus pacientes apresentam é a hipertensão arterial. É a hipertensão arterial que causa mais AVC (Acidente Vascular Cerebral). A segunda causa dos AVC é a diabetes. A hipertensão pode surgir a partir dos 40 anos e deve-se sobretudo ao estilo de vida que se leva. Comida saudável, com pouco sal, praticar exercício físico com regularidade e tentar não levar uma vida muito stressante é o segredo para um coração em forma. O médico aconselha que, a partir dos 40 anos, as pessoas façam pelo menos um check-up anual, incluindo o coração. “Há pessoas que morrem vítimas de morte súbita porque, geralmente, existiu alguma coisa no passado que não foi valorizada e tratada. As pessoas não podem fugir e evitar as doenças. Pelo contrário, têm que as tratar o mais rápido possível”, esclarece.O caso mais grave que lhe surgiu nos últimos tempos foi um paciente, com 60 anos, que teve uma forte dor no peito e desvalorizou a situação. Foi ao consultório de Vítor Martins 24 horas depois de começar a sentir a dor. Resultado: estava com um enfarte do miocárdio e a situação era tão grave que o paciente está à espera para ser operado ao coração. “O tempo é crucial quando se trata de enfarte de miocárdio porque tem que ser tratado rapidamente. São dores que não podem esperar pelo médico onde são acompanhados. Deve ir-se logo ao hospital”, alerta.O cardiologista considera que Portugal ainda é um país de sedentários e que o Estado deveria fomentar a prática de exercício físico. Na sua opinião, a prática de exercício físico diminuía os gastos em saúde uma vez que as pessoas seriam mais saudáveis, não existiam tantos doentes e iam menos vezes ao médico.
Um médico fascinado pelo coração

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