Nova médica do centro de saúde “proibida” de correr para assistir atletas
A médica Mileta Gomes queria correr na mini prova de cinco quilómetros dos 20 Kms de Almeirim mas o director da prova quando a viu a inscrever-se impediu-a de o fazer. Porque precisava mais de um médico a acompanhar a prova do que mais um atleta. A situação passou-se no ano passado e a médica que reside na cidade e está há menos de um mês a prestar serviço no Centro de Saúde de Almeirim disponibilizou-se como voluntária para a equipa médica da prova desde então. Na edição deste ano que decorreu no domingo 27 de Outubro, a médica que prestou serviço durante bastante tempo no Centro de Saúde de Coruche, voltou a dedicar parte do seu tempo para estar disponível para a prova. Numa viatura identificada com o dístico “médico”, Mileta Gomes, 35 anos, posiciona-se junto à praça de toiros da cidade quando ainda nos primeiros quilómetros da prova alguns atletas já começam a sentir algumas dificuldades. A organização das equipas médicas da prova é feita há mais de dez anos por um empresário da cidade e antigo presidente dos Bombeiros Voluntários de Almeirim, Firmino Apolónia. A médica vai metendo-se com os atletas mais cansados perguntando se está tudo bem. Nestes dois anos ainda não teve que assistir nenhuma situação grave e os tratamentos passam por dar açúcar e água aos que estão a ficar sem energia. Ou aplicar um spray para as dores musculares. Este ano teve de usar a lata com o produto quatro vezes e dar alguns pacotes de açúcar. Mas em provas deste tipo, de cariz mais popular, a presença de médicos é fundamental porque os riscos são maiores do que em corridas profissionais. Uma criança que passa a coxear pela mão do pai atraia as atenções da médica. “Há algum problema”, pergunta. “Não. Ele caiu ali atrás mas está tudo bem”, responde o progenitor atleta. “Os problemas mais frequentes são as entorses ou luxações. Depois há situações mais complexas sobretudo de quem não está bem preparado ou que já tem alguns problemas de saúde”, explica a médica enquanto percorre o traçado da corrida observando os atletas, salientando que a paragem cardíaca é a situação mais extrema numa competição destas.A médica sublinha que as pessoas que participam em provas desportivas e que não são federados ou que o fazem de forma amadora devem fazer exames médicos antes de entrarem em competições. Porque muitas vezes as pessoas não têm noção de que o esforço físico lhes pode trazer complicações quando têm antecedentes em termos de doenças. A nova médica de família de Almeirim é uma adepta do desporto e aproveitou para tentar convencer o condutor da viatura médica, Pedro André, a deixar de fumar. “Se todos os quinze dias tivesse na minha consulta um ex-fumador era muito bom”, sublinha.Mileta Gomes dá o seu contributo à prova de forma voluntária e sem ganhar um cêntimo. É uma forma de através do voluntariado dar mais de si à comunidade e este ano já deu apoio em Almeirim aos peregrinos a caminho de Fátima. Também já participou numa missão da AMI - Assistência Médica Internacional. Diz que se dispõe “prontamente” a ajudar quando lhe solicitam. A médica, natural da Lourinhã, gosta do desporto e até costuma praticar basquetebol com uns amigos em Lisboa. Agora anda à procura de uma actividade física para praticar em Almeirim e em conversa com Pedro André este já sugeriu a formação de uma equipa informal desta modalidade na cidade. Com a boa disposição da clínica a ideia tem pernas para andar.
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