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Um empresário que nunca deita a toalha ao chão

Um empresário que nunca deita a toalha ao chão

Belmiro Vigário é sócio-gerente da Soretol-Sociedade de Rectificações Tomarense

O seu percurso profissional começou aos 18 anos numa sapataria. Hoje é responsável por toda a área administrativa da empresa a que se entrega de corpo e alma.

Há 25 anos que Belmiro Vigário divide a sociedade da Soretol-Sociedade de Rectificações Tomarense Lda com Manuel Agostinho e, por este motivo, convida-o para se juntar à conversa com O MIRANTE. O empresário tomarense, com 57 anos, sempre teve “o bichinho do negócio” e estudou na antiga Escola Industrial e Comercial de Tomar (actual Jácome Ratton) tendo tirado um curso complementar de Contabilidade. “Os objectivos da minha geração eram mais limitados do que hoje. Havia muita gente que, quando começava a estudar, tinha como objectivo tirar um curso comercial. Entretanto, deu-se o 25 de Abril e tive a necessidade de começar a trabalhar”, recorda. O seu primeiro emprego foi com 18 anos, a trabalhar numa sapataria. A oportunidade de mudar de ramo surgiu aos 21 anos, quando começou a trabalhar nos escritórios da antiga Fiat, na Avenida D. Nuno Álvares Pereira. Foi nessa empresa onde, enquanto administrador geral, aprendeu tudo sobre rectificação de motores, peças e acessórios automóveis.Após oito anos na Fiat, o espírito empreendedor de Belmiro Vigário, que sempre se viu a trabalhar num escritório rodeado de papéis, levou-o a desafiar cinco funcionários da empresa para com ele fundarem a Soretol-Sociedade de Rectificações Tomarense Lda. “Cada um dos seis detinha um conhecimento profundo sobre uma área específica e sabíamos que trabalhando bem e muito conseguíamos vingar o investimento. Eu era o único que não conhecia a fundo a profissão mas detinha a realidade dos números”, recorda. Foi assim que a Soretol-Sociedade de Rectificações Tomarense Lda surgiu no mercado em 1988, funcionando durante 11 anos em instalações alugadas na localidade de Carvalhos de Figueiredo. “Só tínhamos os nossos salários e candidatamo-nos a um fundo para vermos aprovado um financiamento sobre a criação dos nossos postos de trabalho. Com orgulho digo que fomos a primeira empresa no país que, sem ter historial nenhum, conseguiu a aprovação de um financiamento a leasing para adquirirmos as máquinas para começarmos a trabalhar”, explica.O crescimento da empresa, à qual se juntou mais tarde a TemplarGaz, firma distribuidora de gás, obrigou à mudança de instalações para a Zona Industrial de Tomar há 15 anos. Foi nessa altura que dois sócios saíram, sendo que dos seis iniciais a Soretol passou a ter dois sócios-gerentes que, desde há cinco anos, asseguram toda a gestão da mesma. Os dois ocupam funções distintas e dizem que “têm dias que só se cumprimentam de manhã e à noite” uma vez que, enquanto Belmiro Vigário se encontra no escritório do primeiro andar a tratar de questões administrativas, Manuel Agostinho, 58 anos, está no piso de baixo, a controlar toda a qualidade de serviço da linha de trabalho. Hoje a empresa conta com 16 colaboradores (a maioria formados na empresa) e, para além de rectificação de motores de automóveis ligeiros e veículos pesados, também rectificam motores de barcos, fazendo peças à medida num torno mecânico. “Acreditamos naquilo que estamos a fazer. Reconheço que as dificuldades também contribuem para o crescimento do nosso negócio e as empresas estão a apostar mais na reparação do que na compra de novos automóveis”, atesta.Belmiro Vigário chegou a matricular-se, há uns anos, no Instituto Politécnico de Tomar para tirar o curso de Gestão de Empresas e adquirir outras bases para administrar a empresa, mas o sonho vai sendo adiado uma vez que tem uma vida bastante absorvente, pelo que não conseguiu conciliar as duas coisas. “Dedicamo-nos de alma e coração. Há sete anos que eu e o meu sócio não temos um dia de férias”, indica. Mesmo assim, frequentar um curso superior é um objectivo que pensa em concretizar, nem que seja quando um dia se reformar. “Temos que procurar sempre ser melhores e não tendo a empresa como gostaria de a ter em termos económico-financeiros não somos pessoas de atirar a toalha ao chão”, diz.Casado e com três filhos e três netos, Belmiro Vigário tem o seu escape semanal nas partidas de futebol que disputa com os amigos, integrando o grupo “Kromuz da Bola”, mas admite que não é fácil desligar do trabalho.
Um empresário que nunca deita a toalha ao chão

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