O actual executivo da Câmara de Salvaterra está a envidar esforços para voltar a integrar o projecto de candidatura da cultura avieira a património nacional, financiado com apoios comunitários. O presidente do município, Hélder Esménio (PS), que tomou posse em Outubro do ano passado, referiu em reunião camarária que o anterior executivo, liderado por Ana Cristina Ribeiro (BE), abandonou o projecto liderado pelo Instituto Politécnico de Santarém (IPS).Esménio explicou que essa informação lhe foi transmitida numa reunião que teve com o presidente do IPS, Jorge Justino, a vice-presidente, Teresa Serrano, e o principal impulsionador do projecto, João Serrano, no dia 13 de Janeiro. O autarca solicitou a reunião porque tinha tido conhecimento informal do abandono por parte da Câmara de Salvaterra deste projecto, constituído por 39 instituições (públicas e privadas) em 2009.O presidente do município afirma que em 2012 o IPS enviou uma carta à Câmara de Salvaterra de Magos onde questionava se a autarquia estava em condições de avançar com o projecto. Como o executivo camarário não respondeu, o IPS enviou, um ano depois, uma nova carta, onde é dado o prazo limite de Junho de 2013 para informar o IPS se a câmara está ou não interessada em continuar no projecto. Na mesma missiva é explicado que a “não resposta” será interpretada como desistência. A Câmara de Salvaterra de Magos nunca respondeu.Quando teve conhecimento da situação, Esménio pediu ao IPS para que, quando houvesse nova reformulação da candidatura, o município pudesse entrar novamente no projecto. “Já estamos a abrir concurso para iniciarmos as obras no caso do projecto ser aprovado e conseguirmos entrar novamente na candidatura, que tem apoio de fundos comunitários a 85 por cento. Se o Inalentejo não aceitar o nosso projecto vamos tentar fazê-lo com dinheiro do nosso orçamento”, justificou o presidente.Nas intenções da Câmara de Salvaterra está levar o Museu do Rio, que se encontra actualmente no edifício do cais da vala real, para a aldeia avieira do Escaroupim, junto às casas palafíticas; recuperar essa aldeia avieira; tentar melhorar o parque infantil do Escaroupim; desenvolver uma recuperação ambiental do espaço e reconstruir os sanitários públicos. O executivo aguarda agora uma resposta do Inalentejo que é o responsável pela aprovação dos projectos aos fundos comunitários. Projecto para recuperar aldeias avieiras que se encontram degradadas A candidatura da cultura avieira a património nacional começou de uma ideia simples nascida na aldeia avieira do Patacão, em Alpiarça, e começou a ganhar dimensão com a entrada no projecto do Politécnico de Santarém e de outras entidades. Actualmente são 39 instituições envolvidas que têm um programa de investimentos de 30 milhões de euros para 56 projectos na zona ribeirinha do Tejo. A valorização turística, económica e social sob o chapéu do legado único dos avieiros é o mote para esta conjugação de esforços.