Pombos são agora os ocupantes das antigas casas dos oficiais da EPC em Santarém
Património ao abandono e sem solução à vista em plena cidade
A degradação acentua-se no antigo bloco residencial dos oficiais da Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, actualmente propriedade do município, após essa unidade militar ter saído da cidade. Os vidros partidos e as janelas arrombadas vão-se multiplicando e facilitando a entrada de pombos que ali encontram um abrigo seguro, compondo um cenário de destruição à vista de quem passa na movimentada estrada que liga Vale de Estacas ao bairro de São Bento.As perguntas sobre o futuro daquele património têm sido recorrentes tanto em sessões de câmara como da assembleia municipal, mas para já não há soluções concretas à vista. A intenção da Câmara de Santarém é a de reabilitar aquele bloco de 32 apartamentos para ali criar, em articulação com o Instituto Politécnico de Santarém, uma residência de estudantes. Mas para isso é necessário que haja financiamento da União Europeia no quadro comunitário de apoio que agora se inicia, como referiu o presidente do município, Ricardo Gonçalves (PSD), na última reunião do executivo.A intervenção de Ricardo Gonçalves foi suscitada pelas questões colocadas pelo vereador António Carmo (PS), que lamentou aquele cenário de degradação. “Diariamente assistimos ao agravamento das condições em que aqueles edifícios se encontram, o que não é uma novidade para a Câmara de Santarém nem para o seu presidente. Não podemos continuar com os edifícios naquelas péssimas condições, num estado lastimoso que acaba por ser um espelho do que tem sido a gestão desta autarquia”, acusou o autarca socialista.Os apartamentos encontram-se devolutos desde que a Escola Prática de Cavalaria foi transferida para Abrantes no final de 2006 e começaram a ser alvo de assaltos e actos de vandalismo que obrigaram à colocação de cães a guardar o local, por iniciativa da câmara municipal. Entretanto os animais foram retirados do local e o vandalismo regressou em força, multiplicando-se os vidros e estores partidos e sinais de arrombamento.Em 2013 o bloco esteve a ser utilizado abusivamente por parte de funcionários de uma empresa construtora que tem trabalhado para a autarquia, servindo para guardar alguns equipamentos, alegadamente após ter sido dada autorização por um vigilante que já não se encontra ao serviço da câmara. Não foi confirmado, no entanto, que os imóveis servissem para pernoita de trabalhadores, embora houvesse fortes sinais nesse sentido. Em Junho do ano passado a autarquia notificou a empresa para serem removidos os materiais lá guardados, o que veio a acontecer.
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