Administração da Rodoviária do Tejo apela ao diálogo e defende novo Acordo de Empresa
Trabalhadores decidiram marcar uma greve geral para dia 28 de Março
A administração da Rodoviária do Tejo (RT) defende o diálogo e a concertação de posições em busca de um novo Acordo de Empresa, tendo considerado “prematura” a greve anunciada para dia 28 de Março. “Os tempos estão maus para todos e nós o que queremos é motoristas motivados e não é com uma greve geral que isto vai melhorar”, disse à agência Lusa Orlando Ferreira, administrador da RT, tendo feito notar que as duas partes estão “em processo negocial há três anos, sem alcançar o acordo”.Orlando Ferreira destacou que as partes envolvidas têm de “ajustar propostas adequadas à realidade em torno de um tão necessário quão salutar novo Acordo de Empresa”, sublinhando a quebra em 2013 de um milhão de passageiros naquela transportadora. “Apesar da caducidade dos acordos de empresa que estavam em vigor, os trabalhadores que estavam contratados à data da cessação mantêm os direitos retributivos e de organização de trabalho que aqueles contemplavam”, notou.O gestor referiu ainda que o contexto em que a Rodoviária do Tejo opera “mudou drasticamente”, tendo apontado o facto de, durante o ano de 2013 a empresa ter tido menos 1,5 milhões de euros de proveitos do que no ano anterior e enfatizado os esforços que têm sido feitos, nomeadamente na renegociação de contratos com fornecedores, eliminação de postos de trabalho não directamente ligados à operação, renegociação de contratos com clientes alvo de concorrência mais cerrada e procura de legislação mais adequada à realidade do sector dos transportes. “A administração da RT quer alcançar um novo Acordo de Empresa e acredito que o vamos alcançar”, defendeu.Os trabalhadores da Rodoviária do Tejo decidiram na sexta-feira, 7 de Março, em plenário realizar uma paralisação no dia 28 de Março, reafirmando a sua luta pelo aumento salarial e contra a caducidade do Acordo de Empresa (AE). Em declarações à agência Lusa, Manuel Castelão, do Sindicato dos Transportes Rodoviários, disse que o plenário de trabalhadores resultou na decisão de “continuar a lutar contra a perda de direitos e de regalias conquistados ao longo de muitos anos”, criticando a “perda contínua da massa salarial em contraponto aos milhões de lucros gerados anualmente pelas empresas do Grupo Barraqueiro”. O plenário reuniu representantes dos cerca de 720 trabalhadores da Rodoviária do Tejo e da Ribatejana, tendo sido decidido que no dia 28 de Março, às 11h00, decorrerá uma paralisação e a concentração dos trabalhadores em Lisboa, em frente à sede da empresa.As principais reivindicações são o “cumprimento da aplicação do descanso compensatório, o aumento dos salários e melhoria das condições de trabalho e contra a discriminação”, reiterou Manuel Castelão, notando que a greve vai incluir a participação, para além dos trabalhadores da Rodoviária do Tejo, dos quadros afectos à Rodoviária de Lisboa e da Transportes Sul do Tejo.
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