No mundo dos negócios é importante ser calculista mas não se deve esquecer de arriscar de vez em quando. A opinião é de Ricardo Ferreira, 39 anos, empresário e responsável pelo Centro Dietético Alverquense. Confessa-se ele próprio uma pessoa calculista que raramente dá um salto maior que a perna. Mas de vez em quando isso é necessário, "porque quem não arrisca corre o risco de estagnar", nota. Na opinião do responsável não é fácil ser empresário em Portugal nos tempos que correm. “Se tudo fosse um pouco mais facilitado era melhor, caso o Governo organizasse as coisas noutro aspecto, com uma menor carga fiscal e burocrática, por exemplo", nota a O MIRANTE.Natural de Alverca do Ribatejo, Ricardo Ferreira frequentou sempre o ensino na cidade e acabou por se licenciar em Lisboa em educação física e desporto. Antes de se licenciar, o seu primeiro emprego foi na câmara municipal, na área do desporto, na organização de jogos concelhios. A ligação com o desporto tornou-se mais forte e acabou por começar a trabalhar no Futebol Clube de Alverca (FCA) enquanto se licenciava. Esteve ligado ao futebol e fez de tudo um pouco em todos os escalões: infantis, iniciados, juvenis, juniores e séniores. Esteve no FCA durante dez anos, fazendo de tudo, desde o treino dos atletas à gestão da modalidade. "Falava com os pais, tratava das inscrições, secretariado, tudo. Se faltasse papel higiénico também tratava disso", recorda. Saiu do clube em 2005.Chegou a ter um restaurante em Alverca que era um projecto demasiado à frente do seu tempo. "Tinha um prato vegetariano todos os dias e um prato normal confeccionado de uma maneira fora do comum. Por exemplo, pescada com côco ou salmão com manga", exemplifica.No seu percurso profissional encontrou o Centro Dietético Alverquense, que já existia. "Este era um negócio de família. Foi fundado pela minha mãe, Maria Ferreira. Ela montou uma loja de flores e artesanato porque se reformou muito cedo. Entretanto havia uma ervanária pequenina ao lado, que empacotava os chás à mão, e quando a senhora a ia fechar ofereceu o negócio à minha mãe", recorda.Nessa altura era na loja de Maria Ferreira que, além de flores e artesanato, a população começou a poder comprar chás embalados na hora, de plantas como tília, lúcia-lima ou camomila. O negócio começou a evoluir e foi então que surgiu o conceito de dietética, também associado à grande oferta de produtos disponíveis."Este negócio de suplementos alimentares começou a desenvolver-se bastante e a loja cresceu muito, é das mais antigas de Alverca. A dada altura a minha mãe teve um problema e afastou-se. Fiquei eu e o meu pai. Entretanto o meu pai faleceu e fiquei responsável pela loja", conta.No Centro Dietético Alverquense, Ricardo Ferreira faz de tudo, desde gerir as encomendas, stock e fazer atendimento ao balcão, visando sempre a satisfação do cliente. "Um suplemento alimentar é quase como um medicamento mas com denominação diferente. Diferencia-se de um medicamento porque não tem químicos e pode apresentar-se em cápsulas, plantas ou comprimidos. Vendemos tudo o que existe no mercado, desde suplementos vitamínicos, vitaminas para a parte hepática, sistema nervoso, emagrecimento, para tudo existe um suplemento”, refere.No Centro, os clientes podem determinar a tensão arterial e os níveis de colesterol, glicemia e triglicéridos. Há também consultas de naturopatia, homeopatia, nutrição e acupunctura.A sua profissão de sonho, quando era criança, era estar ligado ao mundo da aviação porque o pai trabalhava na TAP. Hoje, Ricardo acumula com a gestão do centro dietético a gestão de uma empresa de promoção de eventos desportivos, a UALD - Serviços e Actividades Lúdico-Desportivas, encontrando-se a organizar um torneio internacional de futebol na Praia de Santa Cruz, Torres Vedras, nos dias 25 a 29 de Junho, chamado "Footmania Oeste".