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Mesmo em tempo de crise é importante investir nas festas de Alverca

Cidade acolhe festas em honra de São Pedro entre os dias 25 e 29 de Junho

Os tempos podem ser de crise e de dificuldades financeiras mas não é por causa disso que tem de deixar de haver festa. Para vários empresários da cidade, entrevistados por O MIRANTE, as festas não só são uma vantagem como também uma mais-valia para o comércio. A animação ajuda a trazer gente para a rua, anima o comércio e promove o contacto entre pessoas que passam o ano afastadas. Uma prova, dizem, que Alverca não é tanto a “cidade dormitório” de que muitos falam. Este ano Quim Barreiros, Sérgio Rossi, Micaela, Ricky e Banda Red são os cabeças de cartaz.

Luís Cordeiro, 41 anos, sócio-gerente da A. Cordeiro e Mundo do Sono, AlvercaA música, o convívio e os petiscosPara Luís Cordeiro “faz sentido” que as autarquias invistam nas festas da cidade. “As festas de Alverca trazem muita gente de fora durante alguns dias, é bom para a terra e para os comerciantes, que aproveitam para fazer a divulgação dos seus negócios”, regista. Na opinião de Luís Cordeiro, as festas permitem que as pessoas saiam mais, sobretudo à noite, e com isso possam ter mais tempo para passear e ver algumas montras. “Já participei com um expositor nas festas e tive um retorno considerável. As festas compensam”, regista com agrado. Luís costuma ir às festas e quando vai aprecia sobretudo o ambiente, a música, o convívio e os petiscos. Não encontra nada na cidade que o desagrade, embora registe que há “pequenos melhoramentos” a fazer. “Falta um hospital e um tribunal, mas tirando tudo isso está tudo dentro da normalidade”, diz.Paulo Ponte, 48 anos, sócio-gerente da Multiópticas, AlvercaDimensão cultural deve ser preservadaMesmo com a crise, as autarquias locais devem investir na realização de festas populares, porque permitem dinamizar o comércio local. A opinião é de Paulo Ponte, que defende que essa é também uma forma de não deixar morrer as localidades e trazer mais gente para a rua. “Um dos problemas é que as pessoas precisam de ter mais dinheiro para o poderem fazer. Tudo passa por aí. Mas as festas têm também uma grande dimensão cultural que deve ser preservada”, explica. Paulo confessa que não tem por hábito ir às festas da cidade, mas garante que este ano irá visitar o recinto. Para Paulo Ponte a cidade tem “vários aspectos muito positivos” e destaca o facto de ter muito movimento e ser pacata. “É também muito segura, o que para o comércio é muito importante”, nota. Na opinião do empresário, a presença do CEBI no centro da cidade é uma mais-valia porque congrega muitas centenas de pessoas. “A falta de uma variante é que é mau, sempre desviava o trânsito pesado da nacional. De resto sofremos aqui como no resto do país de uma crise económica que tem afectado imenso a nossa actividade”, lamenta.João Graça, 66 anos, empresário Auto-Formionmia, AlvercaFesta na cidade é uma mais-valiaO empresário do ramo automóvel João Graça não tem uma opinião formada sobre o facto das autarquias deverem, ou não, investir na realização de festas populares mesmo em tempo de crise. Mas nota que ter uma festa na cidade é uma “mais-valia” que ajuda a animar o comércio e a população. “É importante ter a festa para as pessoas poderem conviver um bocadinho. Infelizmente não vou à festa porque nunca tenho tempo, saio do serviço tarde e para conseguir vencer no trabalho não tenho tempo para a festa. Mas gostava muito de ir”, conta a O MIRANTE. João gostava de ver um pouco de tudo o que se passa na festa, incluindo as tasquinhas, concertos, actuações de música popular e a animação. “Com esta crise não dá vontade de ir a lado nenhum. Montei este negócio quando tinha 27 anos, hoje tenho 66 anos e preocupo-me mais e trabalho mais do que antigamente. Já devia estar a descansar. Para mim a culpa de tudo isto é da má-governação que temos tido nos últimos anos e a culpa é sempre do Zé Povinho”, critica. Elsa Rodrigues, 44 anos, sócia-gerente da Prink, AlvercaInvestimento autárquico é importantePara a empresária Elsa Rodrigues, o investimento autárquico nas festas populares é “muito importante”, porque motiva a população a sair à rua, a estar a conviver na cidade e a fazer compras na cidade. “Para o comércio tradicional é importantíssimo. Para nós é importante porque o movimento das pessoas na rua é muito maior. A festa traz mais-valias, para todo o comércio, e é sempre positivo”, explica. Elsa Rodrigues diz que a cidade de Alverca é um bom local para investir, desde que o negócio seja bom. “Alverca é também um sítio de muita passagem, não só do mercado residencial como empresarial. O mau é que a população está muito envelhecida. Fala-se numa variante mas ela só ia contribuir para afastar o trânsito e as pessoas”, nota. Confessa que não é frequentadora assídua das festas mas garante que este ano irá ao recinto. Vai particularmente atenta à música, animação e petiscos. “As festas são importantes para desanuviar a cabeça das pessoas e para não se focarem só na crise e no futebol”, explica.Filipe Timóteo, 47 anos, sócio-gerente da New Car, AlvercaFestas são boas para esquecer a criseDo ponto de vista social, as festas de Alverca são benéficas para a população desanuviar de um ano de trabalho e tirar a cabeça da crise, por isso trata-se de um bom investimento. A opinião é de Filipe Timóteo, para quem as festas são um dos eventos mais importantes do ano no calendário. “Talvez ajude as pessoas a sair de casa, mas a vida está no sentido de reter as pessoas em casa por causa das dificuldades e as pessoas vão cada vez menos almoçar, lanchar e tomar café fora. Por isso as festas são importantes para o comércio”, opina. Filipe é um assíduo participante nas festas de Alverca porque é natural da cidade e reside no Bom Sucesso. “Gosto de tudo em geral. Acabamos por ver pessoas que não encontramos há muito tempo, acabamos por conhecer pessoas novas, é divertimento constante dentro da festa. Está num sitio espectacular, portanto tem tudo para ser bom”, diz. Para o empresário o maior problema da cidade é a mentalidade de algumas pessoas que, pouco fazendo, não se coíbem de criticar quem organiza a festa e dá “o seu melhor” para que tudo corra bem. “De resto tudo o que se faz na cidade é bom”, conclui.Eduarda Castanheira, 59 anos, presidente da direcção da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de AlvercaPrioridade às festas da terraNa opinião de Eduarda Castanheira quem provocou a crise económica “não está a pagá-la” por isso é “justo” que uma parte dos esforços das pessoas seja recompensada com uma festa que permita “aliviar do stress e das dificuldades” do dia-a-dia. Para a dirigente, que não passa um ano sem ir à festa, as festividades em honra de São Pedro devem ser um orgulho de Alverca e ao mesmo tempo servir um propósito útil para o comércio. “A festa traz benefícios, pelo menos para a restauração. É muito útil para Alverca, para dinamizar a cidade. Para tirar as pessoas de casa, é um bocadinho que as pessoas têm aqui para se distrair. Eu dou sempre prioridade às festas da terra e vou lá de certeza”, garante. Gosta de música e dança por isso o programa este ano tem tudo do seu agrado. “Já cheguei a encontrar nas festas amigos de infância que não via há 40 anos”, revela. Para Eduarda Castanheira o mais negativo da cidade é a falta de higiene em algumas zonas, mas diz que tudo isso se esquece quando se vê o convívio entre toda a gente. “Em Alverca é toda a gente amiga do próximo”, nota.Isabel do Carmo, 50 anos, advogada, AlvercaUma forma de divulgar o que de bom se faz na terraAs festas de Alverca são um veículo de dinamização da economia local. Podem também ser úteis para afastar algum pessimismo que ainda se vive na sociedade, opina Isabel do Carmo. “Devemos privilegiar o que é nosso e local e as festas podem ajudar a promover o comércio”, explica. Vive e trabalha na cidade por isso sabe como é a vivência da localidade. “O bom é o contacto com as pessoas. Toda a gente se preocupa em saber se estão bem, é uma comunidade muito amiga. O trânsito e o estacionamento é que acabam por ser um problema, sobretudo nesta zona mais central da cidade”, lamenta. Isabel costuma ir às festas todos os anos, logo no primeiro dia e gosta de ver quem está presente e que serviços estão a ser oferecidos nos stands da feira. “É também uma forma de divulgar o bom que se faz na terra. As festas permitem também reencontrar amigos e conversar”, conclui.

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