O bidon continua a ser o fogareiro de eleição nas festas de Benavente
Fogareiros de construção caseira são a forma fácil e rápida de assar muitas sardinhas
A maioria os bidons vem das oficinas do município e em tempos estiveram cheios de óleo para máquinas hidráulicas. Antes de serem usados são lavados, cortados e sofrem uma queima que elimina os resíduos.
Na Festa da Amizade e da Sardinha Assada em Benavente, à semelhança do que acontece nas restantes festas da região, os bidons cortados ao meio são os fogareiros de eleição. São fáceis de construir, eficientes porque retêm o calor durante muito tempo e são práticos, permitindo assar três dezenas de sardinhas de cada vez.Numa festa visitada por milhares de pessoas, onde estarão disponíveis cinco mil quilos de sardinha para assar, esta é a única forma de rapidamente dar de comer aos convivas. “É impensável fazer a festa a assar as sardinhas apenas nos velhos fogareiros”, confessa Vítor Recatia, um dos responsáveis pela comissão de festas. Há anos que se usam bidons como fogareiros. Este ano haverá, ao todo, perto de 75 fogareiros na vila, previamente cortados e reutilizados para a festa. A maioria dos bidons vem das oficinas do município e em tempos estiveram cheios de óleo para máquinas hidráulicas. “Os bidons são mais fáceis de arranjar. Primeiro são lavados e depois cortados. Antes de serem utilizados pela primeira vez são sujeitos a uma queima, durante algum tempo, para a tinta arder com o calor e os resíduos de óleo também. Só depois são usados. Mas as sardinhas nunca entram em contacto com o bidon”, explica o responsável. Cada fogareiro improvisado é adaptado com ferros cruzados no interior para que possa suster o carvão. Além disso tem de ser deixada uma zona com ar no fundo do bidon, para o carvão poder manter a temperatura. Cada fogareiro leva meio saco de carvão. “Assim que a labareda baixar é só meter a sardinha em cima da grelha, começar a queimar os dedos, comer e provar o bom vinho”, diz Vítor com entusiasmo. Tem 46 anos, vive na vila há duas décadas e na última edição foi eleito sardinheiro para 2014. “Há 3 anos que andava sob ameaça e o ano passado calhou”, diz com um sorriso.Para quem está na organização da festa os dias são de trabalho intenso, com uma logística que dava um filme. O grande movimento será no estaleiro, onde os 7 mil pães serão cortados e disponibilizados pelas ruas da vila e o carvão é separado pelos fogareiros. A rainha da festa, a sardinha, chega na madrugada de sábado, pelas cinco da manhã, num semi-reboque com arca frigorífica.Vítor já provou as sardinhas e garante que são boas. Ele próprio é um apaixonado pela festa e tenta sempre dar o seu melhor, juntamente com os colegas da organização. Mesmo assim já sabe que será difícil agradar a todos. “Mas vamos tentar”, conclui. A última palavra cabe agora aos convivas.
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