A castanhada que um grupo de comerciantes do Mercado Municipal de Alpiarça organizou está a criar mau ambiente entre os comerciantes. Quem não concorda com esta e outras iniciativas que têm sido organizadas opta por não dar a cara para não tornar o ambiente ainda mais hostil. Luís Cebola, proprietário de um café no mercado, é o porta-voz dos comerciantes descontentes por não terem sido avisados das iniciativas. “Dá a sensação que as iniciativas são todas feitas em segredo. Não há diálogo e não informam ninguém de nada. Quando foi a castanhada deviam ter, pelo menos, avisado o que iam fazer. Trabalhamos todos no mesmo local, devia haver diálogo entre os comerciantes. É como se não estivéssemos aqui”, afirma.O objectivo das iniciativas que têm sido organizadas com regularidade no mercado municipal é angariar dinheiro para o arranjo do telhado do edifício. Luís Cebola explica a O MIRANTE que são 13 os comerciantes que estão em permanência no mercado. As iniciativas têm sido organizadas por quatro desses comerciantes. “Há pessoas que vendem no mercado há 40 anos, podiam pelo menos dar uma palavrinha”, sublinha. Para Luís Cebola, angariar dinheiro para ajudar a câmara municipal a reparar o telhado não faz qualquer sentido. “Vão doar o dinheiro à câmara? Como é que isso se vai processar”, questiona, acrescentando que é mais importante arranjar os esgotos do edifício.Recorde-se que, como O MIRANTE noticiou, alguns comerciantes decidiram organizar em Novembro uma castanhada com o objectivo de angariar fundos para ajudar a pagar as obras de reparação do telhado do recinto. O grupo não sabe quanto dinheiro conseguiu angariar porque os visitantes colocaram o dinheiro dentro de um pote de barro que só será partido quando estiver cheio e na presença de um elemento do executivo municipal. Outro dos objectivos do grupo passa por dinamizar o comércio local e levar mais pessoas ao mercado municipal, que era, antigamente, um dos espaços mais movimentados da vila. Em reunião de câmara o presidente da Câmara de Alpiarça, Mário Pereira (CDU), esclareceu que vão tentar aproveitar fundos do próximo quadro comunitário para reabilitar o edifício.