uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
“Não penso na reforma e para mim o stress não existe”

“Não penso na reforma e para mim o stress não existe”

Carlos Alberto Monteiro, 62 anos, médico estomatologista, Forte da Casa

Exerce estomatologia há trinta anos mas começou por dar consultas de clínica geral e de pediatria. Defende que os médicos não estão a ser convenientemente pagos e que por isso optam por emigrar. Gosta de ler revistas e livros relacionados com o seu trabalho, de cozinhar para os amigos e de andar de bicicleta. Tem pena de não conseguir ir ao cinema com regularidade. Diz que um Natal como deve ser é com uma mesa cheia de família.

Quando era miúdo dizia que queria ser engenheiro civil. Depois durante o secundário acabei por decidir-me pela medicina. Não estou arrependido e hoje acho que não nasci para outra coisa. Gosto muito do que faço, independentemente da área, e já exerço estomatologia há 30 anos. Não penso na reforma e para mim o stress não existe. Sou uma pessoa muito positiva. Durmo absolutamente tranquilo. A crise também atinge os médicos mas felizmente não fui afectado. Se um dentista é muito barato é porque faz um mau trabalho ou dá muitas consultas. Há mais concorrência mas ela tem que se combater pela qualidade do trabalho. As faculdades estão a formar muitos dentistas e como não há espaço para todos muitos acabam por ir para o estrangeiro. Hoje em dia paga-se mal aos médicos. A saúde tendencialmente gratuita é um bocado falsa. Os médicos vão saindo da região porque não ganham de acordo com o que fazem. Sou um bocadinho viciado em trabalho. Costumo trabalhar das 08h00 às 21h00. O que me dá mais gozo é mexer com a estética, ortodontia, implantes, até mesmo com as próteses removíveis. Gosto de tudo o que melhore a estética e a função da pessoa. Se a pessoa estiver agradada e feliz eu também estou bem. Temos de ir ao encontro das expectativas do utente. O profissional médico não pode criar expectativas altas e falsas, não pode prometer uma coisa para toda a vida. Isso é mentira e é algo que às vezes se vende. Na saúde não há coisas para toda a vida. A pessoa tem de ser perfeitamente honesta na transmissão do que pode oferecer e ser muito realista. A única coisa que sempre prometo é fazer o melhor do que sei. As minhas leituras são sobretudo revistas da especialidade e livros técnicos. Também gosto de ver televisão, sobretudo notícias. Gosto de percorrer todos os canais de notícias. Costumo andar de bicicleta aos fins de semana mas sem me esforçar em demasia. É apenas para sentir que os músculos estão em actividade. Tento suar um bocadinho mas quando me sinto cansado paro. Tenho por hábito deitar-me cedo. As pessoas têm de dormir oito horas. Às 23h00 já estou a dormir. Ao fim-de-semana também me deito cedo. É muito importante em termos de saúde dormir as horas suficientes. Isso de dormir cinco horas para mim não funciona. A acumulação dos efeitos nocivos de noites mal dormidas vão aparecendo e isso depois tem consequências.O meu maior sonho era ter uma casa à beira-mar num país tropical. Gosto de cozinhar para a família e amigos. Um dos meus pratos preferidos é o caril de camarão. Além dos pratos triviais também consigo confeccionar coisas mais elaboradas. A minha esposa não fica chateada quando ocupo a cozinha e até me costuma perguntar quando é que me ofereço para cozinhar. Já não vou ao cinema há muito tempo mas gostava de ir. Quando tinha oportunidade ia uma vez por semana ao cinema, gosto muito de policiais, é um dos meus géneros favoritos. O meu primeiro emprego foi numa clínica de medicina geral. Houve um período em que fiz muita pediatria. Nasci em Moçambique e foi lá que tirei o curso de medicina. Depois da independência fiquei em Moçambique mais três anos mas decidi que era hora de tomar decisões e constituir carreira e por isso decidi vir para Portugal. Trabalho com as minhas duas filhas, que são médicas dentistas e é muito fácil trabalhar com elas. A minha ligação ao Forte da Casa começou quando comecei a colaborar com um consultório que aqui existia e que já fechou há muitos anos. Naquele tempo o Forte da Casa tinha apenas uma rua alcatroada, que era a rua da clínica. Fui criando raízes e mais tarde abri a minha própria clínica na mesma rua da clínica onde colaborava.Precisamos de empresários positivos que não tenham medo de investir. O Forte da Casa está sempre a crescer mas não sei se não é um crescimento falso. Quando vim para cá não havia quase nada. Hoje em dia está cheio de edifícios, armazéns e fábricas. Se produzem alguma coisa ou não isso não sei dizer.Filipe Matias
“Não penso na reforma e para mim o stress não existe”

Mais Notícias

    A carregar...