Luís Filipe Boavida
Economista, 53 anos, Tomar
“Não perdoo que na vida se passe por cima de tudo e de todos para se conseguir um objectivo! E, infelizmente, já senti isso”* * *“Eu tento começar a mudar o mundo todos os dias com o meu próximo sem preocupação de fazer grandes coisas, mas muitas pequenas coisas, que estão mesmo ao nosso alcance e que podem ser tão importantes para as pessoas”
A vida são dois dias e o Carnaval são três?Sem dúvida. Há que aproveitar os bons momentos que a vida nos proporciona e desfrutar o melhor possível. A vida é apenas uma passagem e não vale a pena dar importância ao que, efectivamente, não a tem, ou valorizar em excesso os aspectos menos bons.Dá jeito à Grécia ter um ministro das Finanças sexy?Não é certamente por esse motivo que a Grécia terá maior razão nos seus argumentos. Estes devem ser defendidos pela razão e pela verdade e não pelo aspecto exterior das pessoas.Tem curiosidade em ver o filme “As 50 Sombras de Grey”?Não tenho curiosidade em ver o filme, nem li o livro, embora saiba da sua existência (quem não sabe…) e conheça o argumento. É um entretenimento que, pelos vistos, saiu na altura certa, pois tem mais de 100 milhões de exemplares vendidos e também sei que as sessões do filme recentemente estreado em Portugal, se encontram completamente esgotadas.Desporto é futebol e o resto são trocos ou não é bem assim?Não é bem assim! Temos de reconhecer que o futebol arrasta verdadeiras multidões e desperta paixões e assistimos a uma enorme mediatização deste desporto. É também no âmbito do futebol que mais tenho desenvolvido a minha actuação, desde os tempos de presidente do União de Tomar, passando pela fundação da Escola de Futebol, e, actualmente, pela vice-presidência da Associação de Futebol de Santarém.Sofre muito pelo clube do seu coração?Muito mesmo. Todos os que me conhecem sabem disso, que sou um autêntico apaixonado pelo meu Sporting e sofro imenso (infelizmente, cada vez mais…) a ver os jogos. Sou sócio há mais de 30 anos, faço parte do Núcleo do Sporting Clube de Portugal de Tomar e tento acompanhar de perto a vida do clube.Acredita em milagres?Acredito em Deus e na justiça divina! Partilho aquela máxima que nos diz que “Deus não dorme!” Acredito verdadeiramente que a justiça divina se sobrepõe à justiça feita pelos homens e que, mais tarde ou mais cedo, ela não falha!O que nunca perdoa aos outros?A falta de lealdade, a mentira e a hipocrisia! Não perdoo que na vida se passe por cima de tudo e de todos para se conseguir um objectivo! E, infelizmente, já senti isso.As redes sociais são mais positivas ou negativas para quem as usa?Como em tudo na vida tem aspectos positivos e negativos. Depende da utilização que se dá às mesmas e o que se procura. Com toda a azáfama que caracteriza a vida de hoje, as redes sociais permitem um maior contacto entre as pessoas, que não conseguem, ou não podem, fazê-lo pessoalmente. Por mim, mantenho contas no Facebook, Twitter e LinkedIn e tenho conseguido interessantes reencontros e contactos.O que mudava na sua cidade?Em 1980, quando fui para Lisboa estudar para a Católica tinha um orgulho enorme em dizer que era de Tomar. Todos os meus colegas conheciam a cidade e falavam dela com grande admiração e enorme respeito. Agora, o meu filho também estuda em Lisboa e tenho sérias dúvidas se os colegas sabem de onde ele é e, pior ainda, não me parece que ele mostre preocupação em dizer de onde é. Isto para dizer apenas que, como nascido, criado e vivendo em Tomar, gostava que o concelho voltasse a ser uma referência.Gosta de ir ao teatro?Gosto muito e, sempre que posso, faço questão de assistir a espectáculos. Actualmente até participo, ou faço que participo, pois há algum tempo, o grupo Fatias de Cá, através do Carlos Carvalheiro, convidou-me para fazer breves participações, em peças que têm em cartaz, o que se revelou uma excelente experiência para mim, sobretudo, tendo em conta, o momento da minha vida em que tal aconteceu.Se pudesse mudar o mundo por onde é que começava?Eu tento começar a mudar o mundo todos os dias com o meu próximo sem preocupação de fazer grandes coisas, mas muitas pequenas coisas, que estão mesmo ao nosso alcance e que podem ser tão importantes para as pessoas. A minha participação no CAST, na Santa Casa da Misericórdia de Tomar, no CIRE e na Liga dos Bombeiros são as partes visíveis destas minhas preocupações.
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