Solicitadora madeirense escolheu Santarém para viver e trabalhar
Dina Ornelas é profissional dessa actividade há cerca de cinco anos
Os seus dias de trabalho nunca são iguais. Existe uma hora para começar a trabalhar mas nunca sabe quando vai terminar. A maior parte dos dias é passado fora do escritório, a visitar clientes.
Dina Ornelas nasceu e cresceu no Funchal (ilha da Madeira) mas vive em Santarém há cerca de cinco anos depois de ter feito o estágio de solicitadora na cidade ribatejana. Veio para Lisboa com 20 anos com o objectivo de se licenciar em Matemática Aplicada. No entanto, percebeu que aquela não era a sua vocação e desistiu do curso quando frequentava o terceiro ano. Trabalhou numa empresa da área dos seguros e foi aí que teve o seu primeiro contacto com a área da solicitadoria. “Nesse emprego tive que contactar muito com advogados e solicitadores e decidi que queria tirar o curso de solicitadoria. Foi aí que descobri a minha vocação. Não fui para advocacia porque é uma profissão mais complexa”, conta a O MIRANTE.Em criança não tinha sonhos sobre o que queria ser quando fosse grande. A sua única preocupação era tirar boas notas na escola e brincar. Aos 37 anos, e com cinco anos de actividade na área da solicitadoria, faz um balanço muito positivo da sua actividade profissional. Os seus dias de trabalho nunca são iguais. Existe uma hora para começar a trabalhar mas nunca sabe quando vai terminar. A maior parte dos dias é passado fora do escritório, a visitar clientes.Dina Ornelas presta serviços na área de registos, constituição de sociedades, certificação de documentos, heranças, partilhas, autenticação de documentos, procurações, reconhecimentos de assinaturas, registos prediais, comerciais e automóvel, fiscalidade, cobrança de dívidas, arrendamento, injunções, entre outros. Desde o início deste ano que o serviço mais procurado tem sido para constituição de sociedades. “É bom sinal porque significa que há criação de muitas empresas, o que se traduz no aumento do número de empregos”, afirma. Podia ter concorrido mas optou por não seguir a vertente de agente de execução. “É um lado da solicitadoria que não me atrai. É uma área um bocadinho mais invasiva da vida das pessoas, mais complicado de se lidar”, opina.É apaixonada por Lisboa mas considera que Santarém é uma “óptima” cidade para viver e também para trabalhar. O seu escritório situa-se na Rua Pedro de Santarém, bem no centro da cidade. Uma escolha que não foi ao acaso. “O escritório teria sempre que estar numa zona central e não podia estar mais centralizado do que está”, justifica. Viaja com regularidade até ao Funchal, onde vive toda a sua família. As situações mais frequentes que os clientes lhe pedem para resolver estão relacionadas com a recuperação de créditos. Empresas com muito dinheiro para reaver e que pedem ajuda ao solicitador para tentar reaver os montantes financeiros que lhe devem, evitando assim penhoras de quem deve o dinheiro. “Ligamos aos devedores e tentamos com que paguem de forma voluntária, estabelecendo um plano de pagamento. Acabamos também por ajudar o devedor porque explicamos que é melhor aceitar pagar a prestações do que o caso resolver-se em tribunal. Normalmente a pessoa entende que é menos oneroso pagar voluntariamente a dívida do que deixar arrastar”, esclarece.Dina Ornelas admite que um solicitador também faz muitas vezes o papel de psicólogo. “As pessoas desabafam os seus problemas e como estamos obrigados ao sigilo profissional sentem-se mais à vontade para falarem dos seus problemas”, afirma acrescentando que não é difícil criar laços de amizade com muitos dos clientes. A solicitadora considera que o mais importante na sua profissão é haver muito empenho, vontade de trabalhar e estar sempre disponível para o cliente. “O mais importante é o cliente reconhecer que o nosso trabalho foi bem feito. Isso é o mais reconfortante”, diz.Trabalha cerca de dez horas por dia, mas que se pode estender mais dependendo do volume de trabalho. Nos tempos livres aproveita para descansar e passear, sobretudo por Lisboa, que considera ser a sua cidade de eleição. “Para passear, sair e divertir. Para viver prefiro uma cidade mais pequena e calma como Santarém”, refere.
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