Gostava que publicassem o número de consultas que estes médicos deram nesses horários alargados que foram criados devido à gritaria dos políticos de Lisboa que não percebem nada do que se passa e que acham que fazendo isto conseguem tirar pessoas das urgências dos hospitais. Quando a saúde serve para guerrinhas políticas já se sabe que não vem dali nada de bom. Ninguém quer falar verdade. Portugal é um país de pessoas idosas e muito idosas e uma grande parte delas estão internadas em lares e unidades de cuidados continuados. De cada vez que há algum problema os responsáveis pegam nas pessoas e levam-nas para as urgências, para se livrarem de responsabilidades. E acontece o mesmo com todos aqueles que têm familiares idosos em casa. A primeira reacção é levar a pessoa para a urgência. E muitas vezes o que era um resfriado ou uma constipação passa a ser uma infecção mais grave contraída nos hospitais, porque o organismo da pessoa está mais fraco. Além disso os tratamentos numa urgência devem ser mais agressivos e também podem ter efeitos perversos. Entopem-se as urgências, piora-se o estado dos idosos doentes, dá-se material para o jornalismo tablóide e campo para os nossos fracos e ignorantes políticos vociferarem contra os ministros, sejam eles quais forem. Tenham dó de nós se fazem favor. Vejam se nos conseguem arranjar médicos para os centros de saúde e extensões de saúde e vejam se explicam às pessoas que nem toda a gente pode viver até aos cento e tal anos, por muita assistência médica e fármacos que existam. Hélder Mendonça