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Proeminente Manuel Serra d’Aire

Um secretário de Estado viu-se em palpos de aranha em Salvaterra de Magos, por causa de meia dúzia de sindicalistas que quase lhe chegaram a roupa ao pelo. Isto de ser governante não é fácil, ainda para mais quando não se sabe muito bem como agradar a gregos e a troianos. O homem deslocou-se à vila ribatejana para assinar um acordo com a Câmara de Salvaterra de Magos para que os funcionários autárquicos passem a trabalhar 35 horas semanais e não as escravizantes 40 horas a que eram obrigados até agora.À primeira vista qualquer pessoa pensaria que sindicatos e trabalhadores deveriam estar exultantes com esta redução de horário, mas há sempre desmancha-prazeres, neste caso os sindicalistas do STAL que não concordaram com o acordo e saíram das negociações. E eu concordo com eles. Onde é que já se viu um sindicato ceder às imposições da entidade patronal? A ditadura do proletariado é muito clara a esse respeito e o sindicato rebelde que subscreveu este malfadado contrato colectivo só da mau nome ao movimento sindical. E os seus dirigentes deviam ser obrigados a frequentarem uma acção de reciclagem na acolhedora Coreia do Norte. O presidente da Assembleia Municipal de Azambuja divulgou os donativos que tem atribuído a diversas instituições para negar que seja avarento, como diz que disse um eleito da oposição. António Matos merece menção honrosa por ser um político com paredes de vidro num mundo opaco como o da política, mas abriu também um perigoso precedente. Se a partir de agora tiver de desmentir com documentos todos os epítetos que lhe quiserem colar, está bem tramado. Imaginemos, por exemplo, que a oposição começa a sugerir que António Matos não é aficionado e que até tem simpatias com aqueles movimentos em defesa dos animais vertebrados e dos caracóis. Numa terra como Azambuja isso pode constituir um sacrilégio. E lá teria o autarca de rumar todas as quintas-feiras ao Campo Pequeno em peregrinação e trazer os respectivos bilhetes para desmentir os acusadores da oposição. E este é só um pequeno exemplo, pois é melhor não me alargar sobre o assunto para evitar confusões.O PS já escolheu a sua lista para o distrito de Santarém e o mínimo que se pode dizer é que é uma equipa de peso, ou não estivesse logo em segundo lugar o líder distrital dos socialistas, António Gameiro, homem alto e bem fornecido de carnes, também conhecido por não confiar muito no sistema bancário e preferir guardar o dinheiro em malas. Claro que a selecção não foi pacífica e houve logo camaradas nas redes sociais que lembraram que o dito Gameiro tinha sido condenado em tribunal recentemente e que ficava mal ao PS apresentá-lo como candidato. São as invejas do costume, de gente que não pode ver um pobre com uma camisa lavada. Os critérios gerais para a elaboração de listas no PS dizem claramente que as listas devem ser representativas da diversidade da sociedade portuguesa, designadamente nos planos profissional e geracional. Ora, fazendo os condenados em tribunal parte integrante da sociedade portuguesa (e não são assim tão poucos), não vejo que mal haverá em incluir um nas listas do PS ou de outro partido qualquer. Saudações proletárias do Serafim das Neves

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