O que era um workshop antes de começarmos a “inglesar” a língua portuguesa?
Falo de workshop mas poderia falar de mil e uma outras expressões inglesas que estão cada vez mais a ser usadas em Portugal, por tudo e por nada. Antes de haver workshops fazia-se o mesmo que se faz agora nos workshops. A única diferença é que a designação do que se fazia era em português. Na prática eram...e são ...mini cursos práticos de qualquer coisa, seja gastronomia, fotografia, astronomia, meditação, etc, etc, etc.Não tenho nada contra o inglês. Partilho a ideia de que se trata de uma língua fundamental para comunicar a nível internacional, nomeadamente na área da Economia. Essa importância não justifica que palavras inglesas sejam introduzidas na conversação diária em português. Defendo que falemos todos português e, quando necessário, recorramos ao inglês ou a qualquer outra língua. Transformar o português numa espécie de crioulo apenas menoriza o português e os portugueses.Estamos num mundo global, é verdade, mas já se percebeu que essa globalização forçada está a criar inúmeras resistências. Pela minha parte vou resistir até morrer à transformação da língua portuguesa em mais uma língua crioula com os riscos que isso envolve, a começar pela sua perda de importância.Inicialmente justificava-se a introdução de termos como workshop dizendo que não havia uma palavra portuguesa que exprimisse exactamente o que workshop queria dizer. Justificação ridícula. Os inglesas também não têm palavras na língua deles para fazer uma exacta tradução de termos como saudade, por exemplo, mas não foi por isso que passaram a usar a palavra portuguesa.Frederico Branco Barata
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