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Pares de pessoas do mesmo sexo a desfilar na Festa dos Tabuleiros

Refiro-me à questão inicial colocada por Carlos Carvalheiro - “Como reagirá um presidente da junta de freguesia quando um casal de homens, ou de mulheres, se quiser inscrever para levar um tabuleiro numa das próximas festas? - que me parece muito interessante por lançar o debate entre o que é legal e que o que pode ser feito e entre o que significa respeitar uma tradição, sem excepções.As nossas leis são muito progressistas mas muitas vezes atropelam as “leis” sociais. O casamento entre homossexuais é legalmente permitido pelo Estado mas isso não significa que seja aceite pela maioria da sociedade.Qualquer cidadão pode dizer que aceita a homossexualidade dos outros e os casamentos entre pessoas do mesmo sexo mas se alguém da sua família ou do seu círculo de amigos se declarar homossexual aí a tolerância estremece. E se esse amigo ou familiar decide casar com uma pessoa do mesmo sexo e envia convites, então é que o mal-estar se instala por completo e as desculpas para não comparecer a tal acto se multiplicam.No caso da Festa dos Tabuleiros em Tomar, que se realizou este ano e que, se tudo correr normalmente se realizará daqui a quatro anos, a primeira coisa a perceber é se a tradição será cumprida no caso de os dois elementos de um par que se propõe serem do mesmo sexo - o que transporta o tabuleiro e o que acompanha e dá ajuda.Os pares que desfilam nem sempre têm ligações afectivas. Não são obrigatoriamente marido e mulher ou namorado e namorada. Quer isto dizer que, já agora, se podia colocar a questão de aparecerem dois amigos ou duas amigas a apresentar-se para desfilar. Neste caso, acredito que a organização mandaria cumprir a tradição e recusaria o pedido sob pena de a desvirtuar. Se assim é, não sei porque se haverá de abrir uma excepção para homossexuais?José Carlos Coentro

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