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Bailarina da Póvoa de Santa Iria vence campeonato internacional de dança

Catarina Pereira representou Portugal numa competição em Inglaterra

Jovem conquistou o troféu na categoria de danças latinas, dançando uma rumba. Bailarina está feliz com o prémio, diz que tem uma relação de amor com a dança e confessa uma preocupação: faltam rapazes para fazer par. “É preciso chamar homens para a dança”, sentencia.

Catarina Pereira conquistou o primeiro lugar no Campeonato Internacional de Medalhistas, em dança, em Blackpool, Inglaterra, na categoria de dança latina, com uma rumba. A bailarina da Póvoa de Santa Iria consegue, aos 21 anos, o primeiro grande título de uma carreira que começou aos oito anos na companhia da treinadora de sempre, Vanessa Silva, com quem trabalha na sua academia.Na competição, realizada no início de Outubro, participaram mais de 60 pares e a jovem não esconde, ainda hoje, a emoção do momento. “Foi mesmo a última dança do campeonato, a última de cinco e tinham dito que era das mais difíceis e saiu o 1º lugar. Fiquei completamente maluca. A minha mãe ficou histérica. Liguei no próprio dia, já tinha contado a toda a gente, tinha chorado baba e ranho”, confessou.O primeiro triunfo internacional da jovem bailarina veio dar maior expressão ao que considera ser “uma relação de amor” com a dança que não sabe de onde veio. “Acho que é mesmo de mim. A minha mãe sempre gostou de dançar, mas só começou a dançar quando eu comecei. Fui convidada por uma amiga para ir ver, quando tinha 8 anos, e gostei de ver. Na aula seguinte já fui praticar, caí logo, o que foi óptimo para toda a gente gozar comigo (risos). E já lá vão quase 13 anos”, resume.Pelo meio, a dança foi uma ajuda preciosa na formação da personalidade de Catarina, que de tímida passou a confiante. “Quando estou em cima de um palco sou outra, tenho a música e a dança e não há mais nada à minha volta a não ser o público. A nível pessoal, a dança mudou-me muito, sou ponderada e perfeccionista”, assegura.Faltam homens na dançaO prémio foi conseguido dançando com outra mulher como par, algo que não é permitido em Portugal, o que complica os projectos para o futuro. “Sempre quis ir a campeonatos, mas é difícil competir em Portugal quando não há rapazes e sem par não se pode competir. Nem o meu namorado consigo convencer, diz que tem quatro pés esquerdos!”, brinca, lamentando a falta de homens na dança: “É preciso chamar homens para a dança, porque têm a mania de que homem que dança é homossexual. Há que ultrapassar esse estigma”, defende.Catarina terminou este ano o curso superior de Línguas, Literatura e Culturas, mas exerce uma profissão que nada tem a ver com a área. “Tirei um curso extra, de técnica de estética e estou a exercer num salão aqui na Póvoa”. Por ora, quer desfrutar da dança, mas não está fora de hipótese passar os seus conhecimentos. “Para ensinar tem de se ter algum tipo de aptidão, mas de momento não penso nisso. No futuro, não sei”, conclui.Entre a felicidade e o desapontamentoVanessa Silva é dona da Academia onde Catarina dança. Veio de Inglaterra cheia de orgulho. “Foi uma sensação única. Ela merece. Ouvir o nome do nosso aluno e de Portugal como vencedores é algo que nunca mais vou esquecer”. Apesar da felicidade pelo triunfo de Catarina, Vanessa lamenta a falta de apoios. “Em 2013 fomos a Blackpool, pedi apoio à Junta da Póvoa de Santa Iria e depois de o presidente Jorge Ribeiro me ter prometido uma verba a rondar os 200 euros, ainda hoje estou à espera. Já nem me responde às mensagens e sempre participei nas festas da freguesia sem cobrar nada”, lamentou.

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