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Oitenta por cento dos condutores não mede regularmente a pressão dos pneus

Oitenta por cento dos condutores não mede regularmente a pressão dos pneus

Para além do desgaste e do aumento do consumo está em causa a segurança rodoviária

Com a proximidade do Outono e do tempo das chuvas é fundamental proceder à revisão e ajustamento dos pneus às novas condições climatéricas.

Apenas vinte por cento dos condutores afirma medir regularmente a pressão dos pneus dos seus carros. Os dados são da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) e embora tenham sido obtidos através de acções de verificação realizadas há dois anos, tudo indica que se mantenham actuais. Na mesma altura, no âmbito de uma campanha denominada “Pneus? Muito mais que um acessório, a sua segurança”, o Automóvel Club de Portugal, ACAP, através da Comissão Especializada de Produtores de Pneus - CEPP, chegou a conclusões semelhantes.A promoção da segurança, a eficiência económica e ambiental do transporte rodoviário, aconselham uma maior atenção à pressão dos pneus e ao seu estado geral mas a maioria dos condutores tem tendência a dar pouca importância ao assunto. A Prevenção Rodoviária Portuguesa verificou os pneus de 1091 veículos e os resultados estão disponíveis em www.observatorio.prp.pt. Segundo aquela entidade apenas cerca de metade dos veículos ligeiros circula com a pressão dos pneus perto da recomendada (diferenças inferiores a 10%), enquanto um pouco mais de 10% circula com pressões significativamente diferentes das recomendadas (diferenças superiores a 30%).Mas há outros indicadores. “Cerca de 3% dos veículos, relativamente ao eixo dianteiro, e 4% relativamente ao eixo traseiro, circula com diferenças de pressão superiores a 30% no mesmo eixo, o que consideramos particularmente perigoso, nomeadamente a curvar e a travar”, pode ler-se. Os dados recolhidos na acção de sensibilização da ACAP não diferem muito. “Constatou-se (...) que 36% dos automobilistas conduziam com pneus com valores de pressão diferentes dos recomendáveis pelos fabricantes automóveis. Destes, 20% encontravam-se com valores de pressão baixa e 13% em situação considerada muito perigosa”, refere aquela entidade, que também dá dados relativos ao estado geral dos pneus das viaturas verificadas. “No que diz respeito à profundidade do piso, 17% dos condutores apresentavam-se com os pneus em situação considerada perigosa, dos quais 5% encontravam-se além dos limites legais. São resultados alarmantes, que põem em sério risco o condutor, restantes passageiros e outros utentes da estrada contribuindo, ainda, para uma maior poluição do meio ambiente”. Miguel Carlos, um dos responsáveis da empresa PneuSol em Santarém, com quem O MIRANTE falou a propósito do assunto, diz que na sua empresa os clientes são aconselhados a verificar mensalmente a pressão dos pneus. Aquela regularidade é considerada tecnicamente como o mínimo aceitável. “Um pneu com pressão incorreta influencia a segurança do veículo e a sua estabilidade. Além disso diminui a sua durabilidade e pode aumentar o consumo de combustível”, alerta. Para além da questão da pressão, aquele profissional deixa outros conselhos relativamente aos pneus. “Deve ser feita a troca dos pneus de trás para a frente, no caso de viaturas ligeiras sem tração, de 10 em 10 mil km para que haja um desgaste uniforme. Quando é efectuada a troca de pneus atempadamente é possível analisar o desgaste destes ou se há necessidade de proceder a algum tipo de correção no alinhamento. Por fim, faz-se a equilibragem da roda para que haja maior estabilidade no veículo. O pneu bem como a direção e os travões são os órgãos mais importantes na segurança do veículo”, relembra.A trabalhar no ramo dos pneus há vinte anos, Miguel Carlos diz que testemunhou casos de acidentes graves originados pela descuidada manutenção dos pneus. Para além da segurança chama a atenção dos condutores para a fiscalização feita pela GNR e para a exigência das companhias de seguros. Chama também a atenção para os veículos dos seus clientes. Contudo, refere que ao longo dos anos as pessoas, na generalidade, têm vindo a preocupar-se cada vez mais com a segurança do veículo e, por conseguinte, com a sua própria segurança na estrada.Onde medir a pressão dos pneus da viaturaOs postos de abastecimento de combustíveis têm equipamentos para verificação dos pneus mas convém que quem os utiliza verifique se os mesmos foram calibrados recentemente, ou seja, há menos de um ano. Segundo a Deco, a informação relativa à data da última verificação deve estar visível, nomeadamente através de um autocolante colado na zona lateral dos mesmos.Aquela associação de defesa dos consumidores, contactada por O MIRANTE, diz que em 2006, quando efectuou um teste à calibragem dos manómetros instalados nos postos de abastecimento deparou-se com uma situação “muito má” pois apenas um terço respeitavam as exigências legais. Seis anos depois fez uma nova verificação e a situação tinha melhorado significativamente mas ainda estava muito longe de ser a ideal.A mesma percepção tem Miguel Carlos da Pneusol. “Aconselho os condutores a recorrerem a empresas especializadas em pneus. Pela minha experiência uma grande parte dos equipamentos colocados nos postos de abastecimmento estão descalibrados”.Marina Nobre, Alcanede Preocupa-se em verificar a pressão dos pneus mensalmente e sempre que nota que há alguma interferência na condução. Também mede a pressão dos pneus sempre que se prepara para fazer uma viagem longa. Utiliza o equipamento existente na bomba de gasolina onde abastece regularmente. Confessa que nunca reparou se havia alguma indicação relativa à última inspecção ao funcionamento do mesmo. Augusto Rodrigues, Santarém Só mede a pressão dos pneus quando lhe parece que os mesmos estão com falta de ar. Confia nos equipamentos de medição colocados nos postos de abastecimento mas nunca reparou se os mesmos tinham sido verificados recentemente. Refere que já encontrou aparelhos fora de serviço. Roberto Silva, Vila Nova da BarquinhaVerifica a pressão dos pneus do seu automóvel duas vezes por mês para garantir uma maior longevidade dos mesmos e para garantir uma condução segura. Nota que quando tem os pneus bem calibrados o consumo de combustível baixa significativamente. Tem o cuidado de verificar se os equipamentos foram calibrados recentemente. Nunca encontrou nenhum fora de serviço.
Oitenta por cento dos condutores não mede regularmente a pressão dos pneus

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