Os vereadores da Coligação Ourém Sempre (PSD/CDS) acusam a maioria socialista que gere a câmara municipal de “falta de respeito democrático” e de “bloqueio total” por não facultar informação à oposição. Luís Albuquerque, da coligação, recordou na última reunião camarária que o estatuto do direito à oposição refere que “os titulares do direito de oposição têm o direito de ser informados regularmente e directamente pelos correspondentes órgão executivos sobre o andamento dos principais assuntos de interesse público relacionado com a sua actividade; e as informações devem ser prestadas directamente e em prazo razoável aos órgãos ou estruturas representativas dos partidos políticos e demais titulares do direito de oposição”.Albuquerque, Isabel Costa e Carlos Marques lamentam ter conhecimento de informações que deveriam ser comunicadas, “previamente, e algumas delas discutidas pela sua especificidade”, através da comunicação social, “em detrimento do local próprio que são as reuniões do executivo municipal”, criticam. Os vereadores da oposição referiram também que têm apresentado “inúmeros” requerimentos para solicitar a consulta de processos, assim como esclarecimentos sobre o teor de algumas propostas apresentadas. No entanto, destacam, o executivo socialista disponibiliza a informação solicitada sempre “com dificuldade e atraso”. “De há uns meses para cá que o bloqueio tem sido total, não existe qualquer resposta positiva por parte da maioria. Temos chamado a atenção para este facto, pairando, no nosso entender, um ar de desprezo perante as nossas pretensões”, continuam.Os vereadores lamentam que o recurso à Comissão de Acesso a Documentos Administrativos (CADA) tenha sido a única forma encontrada para poderem aceder aos documentos solicitados. “Constatamos que a falta de respeito deste executivo socialista para com os vereadores da coligação é agora alargado à CADA, uma vez que já não acatam a recomendação indicada. Mais uma vez somos obrigados a recorrer a outras instâncias para que o normal funcionamento do município seja reposto”, consideram.Luís Albuquerque, Isabel Costa e Carlos Marques manifestaram também “indignação” e “repúdio” pela forma “sistemática” com que o presidente se refere aos vereadores da coligação, “sempre que as opiniões são divergentes, bem como quando confrontado com questões que entende como incómodas”.O MIRANTE assistiu à última reunião pública do executivo municipal de Ourém e pôde constatar que algumas das questões levantadas pelos vereadores da coligação obtiveram apenas um “vamos ver o que se passa” por parte do presidente Paulo Fonseca.