O Parque Linear Ribeirinho do Estuário do Tejo, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, projectado pelo atelier português de arquitectura paisagista Topiaris, ganhou o primeiro prémio da Archmarathon Awards 2015, na categoria de Landscape and Public Spaces, na edição de 2015 que teve lugar em Beirute, Líbano. O projecto que se estende por 14 hectares visa proporcionar à população o contacto directo com o rio numa zona que era anteriormente de indústrias e que tem cumprido a função, a avaliar pelas opiniões de quem frequenta o local.António Cesteido, 62 anos, morador no Cabo de Vialonga, passa quase diariamente horas a fio no local, onde utiliza um dos pontões para pescar. Em conversa com O MIRANTE, diz que o parque é um sucesso, mas não deixa de apontar a única falha ao que entende que deveria ter sido feito desde o início.“O que foi feito aqui foi muito bem conseguido e está bastante bonito e funcional. Só lamento é que, sendo isto um espaço dedicado às famílias, não tenha sido construído aqui um parque infantil. Há de tudo, infraestruturas para desporto, caminhada, café, locais para contemplar o rio, mas falta alguma coisa que entretenhas as crianças que se fartam quando os pais resolvem vir para a zona das churrasqueiras”, lembrou.António considera que o prémio “é bem merecido” para este local que foi repensado num espaço público de paisagem urbana, industrial, agrícola e natural. O parque conta com uma oferta alargada de opções recreativas e de lazer, protegendo os sistemas naturais e promovendo a regeneração ecológica das áreas degradadas pela antiga implantação de indústrias e explorações agrícolas.População em geral, novos e velhos, utilizam o espaço para longas caminhadas, corridas, passeios de bicicleta e até jogos de futebol ou voleibol. Por todas estas valências, foi atribuído o 1º lugar entre 42 projectos pelo conceituado Archmarathon, considerado como o primeiro evento internacional de arquitectura que reúne profissionais, educação e universidades e o sector empresarial. José Nascimento, de 62 anos, também ele frequentador assíduo do Parque, partilha da opinião do seu colega de pesca. Apenas com um lamento. “Tudo isto está muito bonito, as entidades que o conservam não se têm poupado a esforços para conservar o local como está de origem, mas é pena que haja uns vândalos que, durante a noite, se dedicam a destruir grande parte do que aqui está feito”, lamenta, concordando que deveria haver mais segurança.