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Sem envolvimento dos proprietários não há centro histórico que resista

Sem envolvimento dos proprietários não há centro histórico que resista

Número de imóveis em mau estado na zona antiga de Santarém preocupa autarcas

Presidente da Câmara de Santarém considera que a requalificação urbana das zonas de edificado mais antigo passa também pela iniciativa privada e critica organismos do Estado pelas condicionantes impostas a quem quer recuperar imóveis.

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), considera que sem o envolvimento dos proprietários não é possível revitalizar o centro histórico da cidade, partilhando das preocupações da oposição e reconhecendo a importância de sensibilizar os donos para zelarem pelos seus imóveis. O autarca considera que a requalificação do centro histórico passa também pela iniciativa privada, existindo mecanismos de apoio a que podem recorrer.Ricardo Gonçalves respondia à intervenção do vereador Celso Braz (PS), que na última reunião de câmara voltou a defender que a autarquia deve notificar sistematicamente todos os proprietários do centro histórico da cidade no sentido de os alertar para a necessidade de preservarem os seus imóveis, evitando situações extremas que põem em risco a segurança e afectam negativamente a imagem da cidade. Celso Braz pediu informações sobre o número de notificações enviadas a proprietários de imóveis no sentido de os conservarem, socorrendo-se dos números de um estudo da autarquia que refere que cerca de metade dos imóveis do centro histórico encontra-se em mau ou médio estado de degradação.O vereador socialista não se limitou às palavras e levou algumas fotografias que atestam o estado de degradação de alguns edifícios que põem em risco a segurança pública. Um caso paradigmático é o das castiças Escadinhas de Santo António, no centro histórico de Santarém, encerradas à circulação de peões desde Julho de 2013 devido ao risco de ruína de um prédio na pequena artéria que liga a Rua 15 de Março à Praça Visconde Serra do Pilar, junto à Igreja de Marvila.E na Calçada Mem Ramires, Travessa das Figueiras e Rua 15 de Março há também edifícios ou muros a ameaçar ruína, o que pode colocar em causa a segurança e a circulação se não houver intervenção atempada.Críticas às condicionantes impostas pelo EstadoSalientando que há indicadores de que o centro histórico está a ser mais procurado para habitação por casais jovens e para investimento em requalificação do edificado, Ricardo Gonçalves dirigiu críticas aos entraves impostos por organismos do Estado no que toca à aplicação de determinados materiais e outras condicionantes que encarecem as intervenções e tornam menos atractivo o investimento nessas zonas.Com o discurso dirigido à Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), o autarca diz que é obrigatória a utilização de materiais que já se utilizavam há um século, em detrimento de outros mais baratos e que garantem, por exemplo, melhor isolamento térmico. “Não nos é permitido colocar os nossos materiais e o nosso modo de vida nos centros históricos”, lamentou Ricardo Gonçalves, dizendo que as novas gerações “também têm o direito de deixar o seu rasto, a sua pegada histórica” nas cidades. E reforçou: “A nossa geração (Ricardo Gonçalves tem 40 anos) exige níveis de conforto que no início do século XX não existiam”.Ricardo Gonçalves aproveitou ainda para sublinhar o esforço que a autarquia tem desenvolvido ao longo dos últimos anos no sentido de reabilitar o seu património na zona antiga, dando como exemplos o Teatro Sá da Bandeira, o Palácio João Afonso, a Casa do Brasil, o Palácio do Landal ou a Casa da Portagem.
Sem envolvimento dos proprietários não há centro histórico que resista

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