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“Na vida não é só o dinheiro e o lucro que interessam”

“Na vida não é só o dinheiro e o lucro que interessam”

Manuel Lisboa, 62 anos, proprietário do restaurante Azinheira, em Outeiro de Alfazema, Tremês

Empresário da restauração vive para os seus três restaurantes. Natural de Pombal e morador em Caldas da Rainha, é na região de Santarém que abriu o mais recente estabelecimento e não se arrepende. Aponta Tomar, Torres Novas e a própria cidade de Santarém como possíveis locais a explorar.

Manuel Lisboa é um empresário da área da restauração nascido em Pombal há 62 anos. Corria o ano de 1969 quando, como muitos outros, emigrou para não ter de ir para a guerra. Foi com 17 anos para a Bélgica e três anos depois já tinha o seu próprio negócio, na área das batatas fritas, um alimento muito popular naquele país. “Foi o meu primeiro negócio e desde aí nunca mais parei nesta área da restauração”, afirma. Na Bélgica teve ainda restaurantes de cozinha portuguesa, que garante ser muito apreciada por terras belgas. Há 10 anos regressou a Portugal. Ainda esteve algum tempo sem fazer nada, mas como tem saúde e não sabe estar parado, voltou a aventurar-se no ramo da restauração. Há sete anos abriu um restaurante em Caldas da Rainha, onde vive. Mais recentes são os restaurantes de Óbidos e de Outeiro de Alfazema, Tremês, concelho de Santarém, onde veio parar a convite do anterior proprietário do espaço. “Não conhecia a região mas Santarém já andava há algum tempo na minha cabeça”, revela.O dia-a-dia de Manuel Lisboa é passado entre os três estabelecimentos, onde tem 37 pessoas a trabalhar. Faz questão de ir aos três todos os dias, num esforço de centenas de quilómetros que faz com gosto. “Os restaurantes são como flores que têm de ser regadas todos os dias. É um grande prazer que eu tenho. É bom ter o dia-a-dia muito ocupado. Nunca tenho o problema de não ter nada para fazer”, afirma quem se for preciso ainda ajuda. “Se eu estiver aqui durante a hora de almoço é claro que não tenho problema nenhum em ajudar, até se for preciso a lavar pratos. Mas logicamente que o meu papel não é esse”.Com um restaurante aberto há sete anos em Caldas da Rainha, Manuel Lisboa sobreviveu aos anos mais duros da crise, mas não foi fácil. “Sentimos a crise mais do que ninguém. O IVA foi de 13 para 23 por cento, o que foi terrível”, recorda. Nunca desistiu e se há algo que o faz sentir bem é a ajuda que dá aos funcionários: “Em altura de crise eu saber que estou a ajudar 37 famílias a viver é gratificante. Na vida não são só os lucros, os interesses e o dinheiro que contam”. O empresário da restauração tem a noção que ir ao restaurante, nos dias que correm, é um luxo, mas, apesar de tudo, está feliz com o sucesso que o novo restaurante na região de Santarém tem feito. “A nossa mais valia é estarmos à beira de uma estrada com bastante movimento e termos um bom parque de estacionamento. Temos uma parte de clientes que são passantes e outra que vem de propósito de Santarém”, explica.Quanto ao futuro, os projectos não param na cabeça de Manuel Lisboa. Vai abrir um salão para eventos em Caldas da Rainha e, animado pelo regresso anunciado do IVA da restauração aos 13 por cento, não exclui abrir mais restaurantes, piscando inclusivamente o olho a três cidades da região, Santarém, Tomar e Torres Novas, onde considera que o conceito de buffet que aplica nos seus restaurantes não está devidamente explorado. Mas Manuel Lisboa é, acima de tudo, uma pessoa que vive o dia-a-dia. “Tenho 62 anos e por isso o que procuro agora é ter saúde para ver crescer os meus netos. Depois, tudo o que vier é bem-vindo”, afirma.
“Na vida não é só o dinheiro e o lucro que interessam”

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