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Natalício Manuel Serra d’Aire

O presidente da Câmara Municipal de Santarém é um desmancha-prazeres. Andam alguns dos seus munícipes a divertirem-se à tripa-forra, a incendiar caixotes do lixo, a derrubar sinais de trânsito, a forrar os passeios e jardins com a bosta dos seus cãezinhos e a borrar as paredes com pinturas rupestres de altíssima qualidade e vem o bom do Ricardo Gonçalves apelar ao civismo da população. Eu diria mesmo, numa linguagem sindical muito em voga, que esse é um vil ataque aos direitos adquiridos por esses cidadãos, que não devem ser espoliados desses passatempos do pé para a mão só porque um autarca não gosta. Se um gajo não parte uns sinais ou incendeia uns ecopontos como é que descarrega o stress do dia? Vai para casa dar porrada na mulher? Seja como for, e em nome da ordem reinante, as mensagens publicadas pelo autarca escalabitano no seu Facebook têm tido os mesmos resultados que as minhas orações a São Cipriano para que me saia o Euromilhões, ou seja, zero! Ricardo Gonçalves já devia ter suspeitado que está a perder tempo e que essa franja da população deve ter fobia a tudo o que cheire a civilização e a tecnologia, pelo que o Facebook não deve ser o melhor meio de passar a mensagem. Aliás, não é por acaso que as recriações medievais são um estrondoso sucesso no nosso país. Acredito que muita gente se sente em casa lá e suspira pelos bons velhos tempos do penico despejado da janela e das lixeiras a céu aberto. Portanto, a única conclusão a retirar da insistência de Gonçalves em gastar cera com tão ruins defuntos é que ainda acredita, ou voltou a acreditar, no Pai Natal. Quem também deve acreditar no Pai Natal é a cambada que roubou a rena que puxava o trenó do velhote das barbas brancas estacionada junto à Câmara de Rio Maior. Cheira-me a retaliação de quem não tem sido muito bafejado com prendas nos últimos anos. Aliás, pelas bandas de Rio Maior estes episódios natalícios insólitos já são vistos como tradição. Há uns anos roubaram umas ovelhinhas do presépio, mais tarde roubaram árvores de Natal construídas pelas crianças das escolas e agora foi a rena e um cogumelo gigante. O Pai Natal que se cuide, pois deve ser o seguinte na lista...Esfoliante Manuel tal como tu também eu fiquei intrigado com a história do travessão no rio Tejo na zona de Abrantes. Não só por, inicialmente, não fazer ideia do que se tratava (sou mais de travessas, de cozido à portuguesa de preferência), mas também pela confusão que se instalou. Porque não era só eu nem tu que não fazíamos ideia do que ali se estava a passar. Por isso é que, quando a bronca foi denunciada por ambientalistas, houve logo quem garantisse que os peixes tinham um canal para passar através daquela muralha de blocos de pedra. Mas só se fossem peixes voadores, porque pelo meio daquele entulho não passava nem uma bichona (como se chama na minha terra aos peixes mais pequenitos - não confundir com outros espécimes...). E tanto não passava que passados uns dias, para gáudio de toda a gente, vinha alguém ligado à obra dizer que já havia um canal para os peixes passarem. Ou seja, se não tem havido barulho, os peixes do Tejo teriam ainda hoje a separá-los uma barreira tipo muro de Berlim. E os peixinhos de Abrantes, por exemplo, estariam impedidos de ir visitar a família à Ortiga e vice-versa. O que seria uma triste história de Natal...Boas sestas, são os votos do Serafim das Neves

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