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Suinicultores contestam em Santarém baixo preço da carne de porco

Suinicultores contestam em Santarém baixo preço da carne de porco

Concentração decorreu junto ao processamento de carnes da Sonae
Uma delegação de suinicultores reuniu-se na quinta-feira, 17 de Dezembro, em Santarém, com a administração da Sonae, empresa que acusam de, na sequência do apelo ao consumo de carne de porco nacional, ter aumentado ainda mais os preços, gerando a revolta dos produtores. Os suinicultores queixam-se ainda do baixo preço pago aos produtores, com o sector a viver uma das mais graves crises de sempre.“Há milhares de animais sem farinha porque os produtores estão sem capacidade financeira e as fábricas não dão mais crédito”, disse o suinicultor João Correia, adiantando que estão em risco 200 mil postos de trabalho directos no sector.João Correia, porta-voz do “movimento espontâneo” resultante da crise que afecta a produção suinícola nacional, disse à Lusa que a delegação pediu que haja equidade nos preços pagos aos produtores nacionais e que a empresa acabe com práticas como a registada na passada semana.Segundo João Correia, depois dos apelos ao consumo de carne nacional feitos pelos produtores no início de Dezembro, os consumidores, sensíveis à crise e à melhor qualidade da carne de porco nacional, “passaram a exigir carne portuguesa e as vendas dispararam”, tendo a Sonae subido o preço da carne em 1,05 euros o quilo.Lamentando esta atitude e sentindo-se “revoltados”, os suinicultores afirmam que esse aumento deveria ter-se repercutido em pelo menos mais 0,40 euros no preço por quilo pago aos produtores.João Correia afirmou que a grande distribuição tem praticado “dumping [vendas abaixo do preço de custo] encapotado”, estando a pagar mais cara a carne que importa, lembrando que Portugal só produz cerca de 55% da carne de porco que consome e que os produtores nacionais têm dificuldade em escoar o produto.João Correia lamentou ainda a inacção das entidades competentes, lamentando que a ASAE não tenha até ao momento respondido a nenhuma das reclamações apresentadas no dia 5 de Dezembro numa grande superfície da marca Continente e noutra do Pingo Doce pelo incumprimento da normativa comunitária que obriga à inscrição da origem da carne na rotulagem.Continente afirma que apoia produtores nacionais A cadeia de hipermercados Continente afirmou entretanto que 70% da carne de suíno que vende nas suas lojas tem origem em Portugal e que tem uma política de apoio aos produtores seus associados “consistente e estruturada”. Em comunicado enviado à agência Lusa, em reacção aos protestos realizados por algumas dezenas de suinicultores junto ao centro de processamento de carnes em Santarém, o Continente declara que aposta na promoção e divulgação da carne nacional e que tem aumentado progressivamente “o volume de compra de carne de suíno nacional”, que representa actualmente cerca de 70% da carne de suíno vendida nas sua lojas.No comunicado, o Continente afirma que através do Centro de Processamento de Carnes de Santarém, que emprega mais de 500 colaboradores, “garante toda a rastreabilidade, qualidade e segurança no que concerne à saúde pública” e que “assume o compromisso com os consumidores portugueses de fornecer os melhores serviços e produtos, preferencialmente nacionais, ao melhor preço”.Por outro lado, declara que “sempre demonstrou total disponibilidade e abertura para reunir e dialogar, seja directamente seja através da associação pelo qual é representado - a APED, para em conjunto com os produtores trabalhar naquelas que são as preocupações da produção suinícola nacional”.
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