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“Há quatro profissionais a quem não se pode mentir e um deles é o contabilista”

“Há quatro profissionais a quem não se pode mentir e um deles é o contabilista”

Vera Faria trabalhou muitos anos em Lisboa mas decidiu deixar um emprego estável e vir para Coruche onde diz que é mais feliz

Em 2014 abriu a Bisconta, um gabinete de contabilidade. Para Vera Faria um contabilista não deve só juntar os papéis para entregar ao fisco mas também conhecer os negócios dos clientes. Costuma dizer que existem “quatro profissionais a quem não se pode mentir: o padre, o médico, o advogado e o contabilista”.

Vera Faria, 39 anos, é responsável pela Bisconta, um gabinete de contabilidade em Coruche. Estudou Contabilidade e Finanças no Instituto politécnico de Setúbal, entre 1999 e 2001, e em 2002 durante o estágio foi convidada para trabalhar numa empresa ligada à área dos transportes. Como não lhe aumentaram o ordenado depois de acabar o estágio decidiu ir à procura de outro emprego. Enviou currículos e uma semana depois chamaram-na para uma entrevista de trabalho numa empresa do ramo farmacêutico em Lisboa. Um dia depois foi chamada para iniciar funções no departamento de contabilidade onde esteve 12 anos. Em 2014 decidiu que viajar para Lisboa todos os dias era cansativo demais e o facto de ter dois filhos pequenos e não poder estar com eles não a estava a fazer feliz. Costumava dizer a brincar às suas colegas que “quando ouvirem na rádio que uma louca abandonou o carro no túnel do Grilo já sabem que sou eu”. Por isso decidiu despedir-se para ir viver e trabalhar em Coruche onde pode definir os seus próprios horários, levar os filhos à escola e ser mais feliz junto da família. A empresa não aceitou a demissão e Vera Faria começou a trabalhar a partir da vila ribatejana. Foi nesse ano que abriu a Bisconta. No primeiro ano pensou que “se tivesse dez clientes já não era mau”. Angariou cerca de meia centena e gerou quatro postos de trabalho. Vera Faria também faz a contabilidade das empresas do marido ligadas à agricultura. Para Vera Faria, um contabilista “não deve só juntar os papéis para entregar ao fisco, um contabilista é mais que isso, deve conhecer o negócios dos clientes e aconselhá-los sobre a estratégia a utilizar em termos financeiros”. No escritório de Vera Faria há sempre uma solução para os clientes, mas diz a brincar que existem “quatro pessoas a quem não se pode mentir e eles são o padre, o médico, o advogado e o contabilista”. Vera Faria pede sempre factura e acha que todos os portugueses deviam pedir.Vera Faria tem uma forte ligação à sua terra onde gosta imenso de estar e viver, apesar de ter trabalhado muitos anos em Lisboa nunca colocou a hipótese de viver na capital do país. A contabilista tem orgulho em ser ribatejana. É fã de todas as tradições que Coruche tem e é aficionada, nunca falha a corrida das Festas do Castelo, no dia 17 de Agosto. No Verão vai a algumas corridas no Campo Pequeno. “O gosto pelas touradas foi difícil de explicar às colegas de Lisboa que não entendiam o porquê, mas explicava-lhes que tinha nascido no campo e sempre vivi estas tradições. Acabarem com as largadas ou com as touradas em Coruche era como tirar a identidade aos coruchenses”, refere.O dia de Vera Faria começa com uma ida à escola onde deixa os filhos, depois segue para reuniões com os clientes porque faz questão de ser ela própria “a estabelecer o contacto com o cliente e é isso que faz a diferença”. As reuniões são normalmente nas instalações do cliente mas a contabilista também utiliza as novas tecnologias e faz muitas reuniões em videoconferência. Vera Faria atende sempre o telemóvel, “seja a que hora for”, e nem mesmo quando vai de férias desliga “Os dois portáteis, um tablet e um telemóvel estão sempre ligados”, refere. Os tempos livres são dedicados à família e ao acompanhamento das actividades dos filhos que praticam futebol e natação. As viagens também são em família. Vera Faria também vai ao ginásio.
“Há quatro profissionais a quem não se pode mentir e um deles é o contabilista”

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