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Façanhudo Serafim das Neves

O marido da presidente da Câmara de Tomar que acumulava aquele cargo com o de seu chefe de gabinete, deixou o segundo cargo para passar a ser técnico de informática da câmara, lugar a que concorreu secretamente. Esta é mais uma daquelas histórias de amor à Romeu e Julieta mas com uma pequena variação. Anabela Freitas, a presidente, não é nenhuma Julieta e Luís Ferreira, embora seja um Romeu, não se sacrificou por ela mas pelo povo. Como bom político que é, abandonou um lugar de três mil e tal euros para ir ganhar apenas um terço daquilo, desempenhando funções na área da limpeza de vírus e malware, com o único objectivo de reduzir a despesa municipal.Eu comovo-me com estas coisas. As histórias dos políticos que vivem para servir a causa pública provocam-me sentimentos de culpa medonhos. Eu nunca servi o povo. Sirvo o patrão e nem sempre da melhor forma. Em vez de pensar em reduzir a despesa da empresa estou sempre a pensar em aumentos, férias, horas extra e coisas assim. Sou uma desgraça como exemplo de sacrifício e de luta pelo bem estar da população em geral. Vegeto e por isso me açoito com estes desabafos. A dimensão cívica de pessoas como o Luís Ferreira esmaga-me. As bestas que andam para aí a dizer que ele já se está a preparar para saltar para outro tacho aproveitando o facto de o seu PS estar no governo, causam-me náuseas. Um santo como o Luís Ferreira que nem à mulher confessou que tinha concorrido a um reles lugar de técnico de informática. Que mesmo quando soube que ganhara o concurso não lhe disse nada por uma questão de modéstia e para que ela não tivesse a tentação de o colocar no altar-mor da Igreja de S. João Baptista, não merece tamanhas calúnias. Se eu fosse de Tomar, juro que formava uma comissão de honra para lhe mandar erigir uma estátua. E propunha desde logo que ela fosse colocada no lugar do Gualdim Pais, esse ímpio que durante a vida a única coisa que fez foi comer javalis com castanhas, montar cavalos e éguas e matar inimigos. O povo é ignaro e invejoso, Serafim. É por isso que Portugal não sai da cepa torta.Em Alpiarça, ao fim de ano e meio, ainda ninguém conseguiu saber ao certo se o presidente da câmara, o feroz comunista Mário Pereira, mandou o seu antigo amigo e agora vereador eleito numa coligação do PSD com o MPT, para o alho. O Pereira diz que não. O Francisco Cunha jura a pés juntos que sim. Os eleitores começam a ficar nervosos. Se não se chegar a nenhuma conclusão até ao fim de Março há quem diga que o Município perde cerca de dez milhões de ajudas comunitárias. Não sei quem tem razão mas com fundos comunitários não se brinca. Se os boatos que correm forem verdadeiros o presidente deve sacrificar-se e dizer que mandou o Francisco para o alho mesmo que não tenha mandado. É em nome do bem estar da população e do progresso da vila. E em situações de sacrifícios assim há direito a editorial no jornal Avante e mesmo a uma estátua do escultor da terra, o Armando Ferreira, no mais puro estilo do realismo soviético. Se ele fez aquela mulheraça de mamas ao léu no largo dos Águias, tipo Dalila das vindimas com um cacho de uvas nos cabelos, o que não fará do presidente Mário Pereira. Uma Dalila merece um Sansão à altura e confessar que mandou o representante do PSD para o alho só lhe pode dar ainda mais votos na próxima eleição. Sempre ouvi dizer que em Alpiarça gostam de quem os tem no sítio!Saudações escultórias Manuel Serra d’Aire

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