Divisões no PS de Rio Maior por causa do tarifário da água
Comunicado do PS questiona legalidade do aumento das taxas e tarifas e ataca os vereadores socialistas no executivo camarário, sobretudo Carlos Nazaré a quem acusam de votar quase sempre ao lado da coligação PSD/CDS.
As divergências entre a secção do PS de Rio Maior e os vereadores socialistas no executivo camarário acentuaram-se, tendo como rastilho o aumento do tarifário da água, saneamento e resíduos urbanos, aprovado pelos dois vereadores socialistas na Câmara de Rio Maior mas que conta com a oposição do PS local, liderado por António Moreira.Na semana passada, o PS de Rio Maior voltou à carga com uma nova publicação sobre o assunto (disponível na sua página no Facebook) onde, entre outras considerações, critica de forma contundente o vereador socialista Carlos Nazaré, que já foi inclusivamente presidente do município e cabeça de lista do PS nas últimas autárquicas. A intensidade do ataque levou mesmo a presidente da câmara, Isaura Morais (PSD), a manifestar na última reunião do executivo a sua solidariedade para com os vereadores socialistas.“O que provoca espanto, é ver o executivo e a vereação a tomarem decisões ao arrepio da Lei, passando por cima de regulamentos da autarquia e de leis gerais e espe cíficas, e ignorando os poderes de controle e fiscalização da Assembleia Municipal. O que provoca espanto, é ver um vereador que é a cara de uma das maiores derrotas eleitorais da história do PS em Rio Maior e que não conseguiu apresentar listas em todas as freguesias e uniões de freguesias, a votar quase sistematicamente ao lado do executivo da coligação e a dizer que os posts colocados na página do Facebook do PS ‘afectam a imagem do partido”, lê-se no longo texto publicado em nome da secção de Rio Maior do PS, na parte dirigida a Carlos Nazaré.E o PS de Rio Maior acrescenta: “É ao contrário: o que provoca graves danos ao partido é vermos vereadores seus, que sofreram uma copiosa derrota nas autárquicas perante uma das equipas mais fracas de sempre apresentadas pela coligação nos primeiros lugares elegíveis, a votarem ao lado do executivo municipal constantemente, e a virem a público tentar colocar em causa a unidade do partido e promovendo a sua divisão, quando se deveriam preocupar antes em assegurar que as decisões que tomam estão conformes com a Lei, em vez de votarem, pelo contrário, a favor de decisões feridas de graves ilegalidades, deixando ficar mal o partido que representam”. A resposta a essas críticas ouviu-se na reunião do executivo camarário de sexta-feira, 8 de Janeiro. Carlos Nazaré limitou-se a dizer que quanto à apreciação política iria falar nos órgãos próprios do PS, mas desafiou mais uma vez os críticos a provarem que houve ilegalidades no processo que levou ao aumento do preço da água, saneamento e resíduos. “Continuo mais convicto do que nunca que foi cumprida a legalidade”, afirmou, acrescentando que votou a favor no pressuposto que o aumento das receitas vai proporcionar mais investimentos nesse sector. O vice-presidente Carlos Frazão e a presidente Isaura Morais também contestaram a posição do PS, manifestando a sua convicção de que tudo foi feito dentro da legalidade, conforme garantiram os técnicos da autarquia que se pronunciaram durante o processo e a quem os políticos endereçaram agora “total confiança”. Carlos Frazão acrescentou que o investimento no sector da água está à vista, com obras em curso em vários pontos do concelho para tentar reduzir as perdas.
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