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Sousa Gomes

“Há pessoas com quem nos cruzamos e que nos vão marcando, que nos ensinam a ser e fazer como somos. É essencialmente isso que sinto em relação a Joaquim Sousa Gomes”

Durante uns anos contactei diretamente com os autarcas da região. No primeiro olhar e aperto de mão percebia-se que Sousa Gomes não era mais um. Sei que a região, e não só Almeirim, muito lhe devem e tudo o que possa escrever nada acrescenta ao que, designadamente aqui em O MIRANTE, já se escreveu. Também sei que tudo o que se diz e escreve é pouco quando comparado com o que a região perdeu com o desaparecimento deste grande homem e autarca. Na verdade, há pessoas com quem nos cruzamos e que nos vão marcando, que nos ensinam a ser e fazer como somos. É essencialmente isso que sinto em relação a Joaquim Sousa Gomes, uma pessoa aparentemente reservada, muito tranquila, de trato afável e de grande capacidade de entrega ao serviço público. Um exemplo para outros. Sempre senti estar na presença de um homem para quem o serviço público estava acima de todos os outros interesses e quando assim é temos que o louvar. Por tudo isto sinto a sua partida. Bem-haja.Vêm a propósito dois aspetos que reporto fundamentais numa comunidade local, aquela que mais valorizo: o poder local e as pessoas. Cada vez mais acredito que o poder local é aquele que mais pode fazer pela qualidade de vida das pessoas. Por isso, muito mais que outros fatores exógenos, é no governo local que reside muito do sucesso, ou não, da região. Sinto que cada vez são mais escassos os governantes que estão verdadeiramente ao serviço de quem os elegeu e isso preocupa-me. Felizmente subsistem, ainda, alguns bons exemplos que, muito para além do elevado serviço que prestam à população, nos servem como referencial e nos alimentam a esperança que esta necessária, e às vezes única, casta de pessoas excecionais no que respeita ao serviço público não está em vias de extinção. Mas, seja como for, não há volta a dar, a matéria-prima fundamental são as pessoas. Somos todos nós. Sem pessoas ativas e participativas uma região não pode ser sustentável e de certeza que não tem qualidade de vida. A semana passada, com todo o propósito, a primeira página de O MIRANTE anunciava a importância do associativismo local na sustentabilidade dos locais. Da taberna à escola já tudo fechou e sem pessoas não há magia que consiga inverter as coisas. É por saberem isso que estes autarcas de primeira olham para as pessoas em primeiro lugar, tudo o resto é secundário. Como vamos aproveitar os recursos destas terras sem pessoas e sem recursos humanos qualificados? Sem pessoas não há qualquer tipo de política ou estratégia que tenha sucesso. Por isso, agora e sempre, as pessoas em primeiro lugar.Carlos A. Cupeto

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