Meia centena de barcos cumpriram tradicional cortejo das festas de Constância
A chegada dos barcos à confluência com os rios Tejo e Zêzere e a tradicional bênção é um dos pontos mais altos das Festas do Concelho de Constância que atrai centenas de visitantes. Este ano estiveram presentes cerca de cinquenta embarcações engalanadas, vindas de diversos municípios ribeirinhos mas também de particulares, que se associaram à festa, seja pela tradição ou pela devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem.João Parracho representa a localidade de Praia do Ribatejo e participa todos os anos no cortejo para cumprir a tradição: “Não quero perder a tradição dos nossos antepassados. Não quero que acabe”, refere. Para além disso, é a fé e a devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem que move este pescador: “Para que todo o ano tenhamos sorte em apanhar peixe e que não haja tempestades”, diz. Enverga na sua embarcação, para além da bandeira da localidade, uma da Suíça, onde esteve emigrado muitos anos. Maria Luísa é o nome da esposa de João Rodrigues e que foi atribuído ao barco, representante de Salvaterra Magos. “Há quatro ou cinco anos que não vinha porque o município não tem pedido mas este ano voltou. é com muita paixão e gosto que volta: “Vim cá doze anos seguidos e é com muito gosto que venho”. Muitos destes barcos representam as comunidades ribeirinhas ao longo do Tejo mas também há outras que apesar de não terem rio têm barco nas festas, como é o caso do Entroncamento. A história da participação desta cidade é contada pelo professor Matias Coelho. Foi o antigo presidente do Entroncamento, José Cunha, ferroviário de profissão, que ao tomar conhecimento das festas demonstrou logo interesse em fazer representar a cidade dos comboios. Até hoje. Para além da cidade dos comboios, e dos vizinhos como Tomar, há muitas outras embarcações que hoje já chegam de fora do estuário do Tejo: “Normalmente fazemos crescer a festa ao longo do estuário mas estamos a ver que a festa se alarga e que há pessoas que vêm por sua iniciativa de pontos muito diferentes do país”, refere Matias Coelho. Não são só embarcações que representam os municípios da região que estiveram presentes. Há também quem se associe individualmente. É o caso do barco de passeio de Joaquim Henriques que há cinco anos se desloca da Batalha para esta cerimónia. “É um dia de festa, é tradição, se desistimos de vir cá isto acaba”, refere.
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