O Clube de Atletismo de Ferreira de Zêzere (CAFZ) tem dado cartas no atletismo regional com a soma de vários títulos a nível distrital e até nacional, tendo no horizonte imediato a conquista do campeonato nacional de trail (corrida realizada em percursos de natureza) e, a médio prazo, ver um atleta da sua formação chegar aos Jogos Olímpicos. O marchador João Martins, que esteve no campeonato da Europa do ano passado no escalão sub-23 que terminou na 12º posição, e Sofia Marmelo, actual campeã distrital de corta-mato, são dois exemplos do trabalho que tem vindo a ser feito naquela vila do norte ribatejano e que já captou a atenção de clubes mais poderosos. João Valente, que o ano passado conquistou o terceiro lugar no campeonato nacional de corta-mato longo, ingressou recentemente no Sporting. Uma das grandes apostas do clube é no trail, onde o clube tem a ambição de conseguir chegar ao título de campeã nacional. São nove provas e a equipa apesar de não ter participado na primeira conseguiu vencer a segunda. O caminho para a vilória ainda é longo mas o presidente do CAFZ, Luís Graça, mostra-se confiante: “Faltam sete provas, sabemos que temos um conjunto de atletas que nos fazem acreditar que é possível, falta só comprovar”.Os atletas do CAFZ já ganharam 18 títulos a nível nacional, estiveram por 60 vezes em pódios e ganharam vários títulos distritais de que Luís Graça diz já ter perdido a conta. Isto fora as inúmeras representações em provas realizadas no estrangeiro. O clube foi fundado em 2001 e teve a sua primeira sede na casa dos pais do actual presidente, Luís Graça, antes de mudar para o Centro Municipal das Colectividades. Luís Graça está no clube desde a sua fundação e, para além de presidente, é também atleta, treinador e motorista, quando é preciso. Mas garante que, apesar disso, não faz tudo sozinho e há muita mais gente que apoia e ajuda o clube.Praticam a modalidade cerca de 20 atletas com maior incidência no escalão sénior e veterano. A dificuldade em captar jovens para a prática do atletismo no clube deve-se, segundo Luís Graça, à concorrência de outras modalidades consideradas mais atractivas. Mas o CAFZ não deita a toalha ao chão e continua a tentar cativar os mais novos, apesar de Luís Graça reconhecer que o país gira muito ainda à volta de uma bola. O presidente do CAFZ acrescenta que para além de outros desportos, os jovens actualmente têm outras distracções e solicitações.Os atletas do CAFZ são quase todos naturais de Ferreira do Zêzere, mas a grande maioria trabalha fora do concelho e por vezes torna-se complicado juntar todos para um treino ou uma prova. O clube não dispõe de uma pista de atletismo para determinadas provas específicas, um sonho que ainda gostariam de ver concretizado. A alternativa mais próxima é em Tomar, a cerca de uma dezena de quilómetros. Por isso apostam mais em provas como a marcha, corta-mato, estrada ou nos trails, onde têm conseguido bons resultados.Para além de outras provas, o clube, que conta com cerca de 100 sócios, organiza uma prova de trail que logo na primeira edição superou as expectativas em número de participantes. A última edição contou com cerca de 1700 atletas. A prova ganhou notoriedade e agora faz parte do campeonato nacional de trail.Para fazer face às despesas que têm, como deslocações e inscrições em provas, algumas delas bastante caras, o clube conta com o apoio da câmara municipal através de uma verba mensal que a direcção considera importante, apesar de ter sofrido um corte. Uma redução que os dirigentes, embora em parte possam compreender, não consideram justa pela representação que o clube faz da terra a nível nacional e até internacional.A diversificação da actividade do CAFZ está em marcha com a criação recente de uma secção de basquetebol, modalidade que não existia no concelho e que já conta com cerca de 20 atletas. Ainda não estão a competir, mas é um objectivo. A aposta vem também da necessidade de conseguir mais apoios e o basquetebol pode ser um meio para os obter.