Colectividade da Romeira continua à espera de dinheiro prometido por Moita Flores
Sociedade de Recreio Educativa não sabe como pagar dívida de 75 mil euros resultante da construção da nova sede. Em 2008 a Câmara de Santarém comprometeu-se a apoiar a obra, mas o dinheiro nunca chegou.
Os dirigentes da Sociedade de Recreio Educativa da Romeira (SRER) continuam à espera que a Câmara Municipal de Santarém lhes dê o dinheiro prometido para o pagamento da sede da colectividade, construída em 2008. O presidente da colectividade, Luís Batista, recorda que o presidente do município na altura, Francisco Moita Flores (PSD), prometeu-lhe dar a comparticipação que cabia pagar à colectividade. As obras de conservação e valorização envolveram um investimento global de 128 mil euros, contando com comparticipação comunitária de 61.440 euros e comparticipação nacional do PRODER de 15.360 euros.“Na altura de avançarmos com a candidatura a fundos comunitários para esta obra falei com Moita Flores e ele garantiu-me que arranjava, pelo menos, a mesma verba que tinha dado para arranjar a cobertura da colectividade 1º de Maio que tinha caído, cerca de 60 mil euros. Avançamos com a candidatura e ficamos descansados porque tínhamos alguma verba nossa e tínhamos a garantia do presidente Moita Flores que nos daria o dinheiro. Já passaram oito anos e até hoje ainda não recebemos o dinheiro”, afirma Luís Batista.O presidente da direcção, juntamente com dois sócios, tornaram-se avalistas de dois empréstimos bancários contraídos pela colectividade para pagar a dívida, no valor de 75 mil euros, mas não há dinheiro para o liquidar. “O actual presidente do município, Ricardo Gonçalves, garantiu-me na última assembleia municipal, em Fevereiro, que na revisão orçamental que vai fazer agora em Abril vai lá colocar uma verba para a colectividade. Se vier 30 ou 40 mil euros já conseguimos respirar um bocadinho mais porque vamos reduzir a dívida ao banco e ficamos com mais margem de manobra”, explica o dirigente a O MIRANTE.Luís Batista é o presidente da colectividade há cerca de uma década, depois de já ter estado na direcção anteriormente. Confessa que os actuais dirigentes estão saturados e que a colectividade precisa de renovação. No entanto, sabe que enquanto o problema da dívida não estiver resolvido ninguém quer assumir o barco. Todos os meses organizam festas, bailes, torneios de snooker e futebol. A única colectividade da Romeira tem 350 sócios e é o ponto de encontro da população.“Há aqui pessoas com muito talento para representar”Mais de três centenas de pessoas assistiram à estreia da peça de teatro “O Fidalgo Aprendiz”, representada pelo CITAR (Clube de Iniciação Teatral de Animação da Romeira), que se realizou na sala de espectáculos da colectividade da Romeira. A ideia do teatro foi de Carlos Costa, actor aposentado que trabalhou durante vários anos no Teatro Nacional D. Maria II, onde representou, entre outras, as peças “Mãe Coragem” e “O Judeu”. Em televisão, encontra-se actualmente a participar na novela “Santa Bárbara”, da TVI, mas como o trabalho é menos decidiu voltar à sua terra natal e criar o grupo de teatro. “Achei que a colectividade estava com pouca actividade e tive esta ideia que foi muito bem aceite pela direcção”, explica.O grupo amador conta com uma dezena de actores que foram muito aplaudidos no final do espectáculo. O dinheiro angariado com a venda de bilhetes e receitas do bar é todo para ajudar as finanças da colectividade. Esta foi a estreia mas o encenador pretende fazer mais actuações. “Fomos convidados para actuar em Pernes e gostávamos de apresentar a peça a crianças e idosos. Há aqui pessoas com muito talento para representar”, refere Carlos Costa. O presidente da colectividade recordou que há cerca de 50 anos realizavam-se peças de teatro na colectividade da Romeira e que é importante retomar essa iniciativa.
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