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Ambientalista queixa-se de retaliações por denunciar descargas poluentes

Episódio passou-se na Estrada da Sapeira entre Torres Novas e Meia Via. Arlindo Marques diz que foi agredido e viu o seu carro ser abalroado pelo automóvel de um administrador da Fabrióleo quando o seu filho de 10 anos se encontrava no interior. O caso vai ser denunciado ao Ministério Público.

O ambientalista Arlindo Consolado Marques vai apresentar queixa no Ministério Público contra o dono da empresa Fabrióleo, situada em Torres Novas, e contra um filho deste, por alegada agressão e danos causados no seu automóvel. Episódios que relaciona com uma suposta “retaliação por denunciar crimes ambientais” contra o rio Almonda e seus afluentes.
O queixoso diz que, na manhã de segunda-feira, 25 de Julho, foi abordado pelo dono da Fabrióleo quando se encontrava a filmar o que seria mais uma descarga na ribeira da Boa Água, junto à Estrada da Sapeira que liga Meia Via a Torres Novas. Afirma que foi agredido com um soco no peito e ameaçado que não tinha nada que estar ali.
O ambientalista conta que conseguiu controlar os ânimos e quando a conversa já estava mais serena surgiu uma carrinha, conduzida por um filho do dono da Fabrióleo, Pedro Gameiro, que estacionou alguns metros à frente do local onde se encontravam. Entretanto, o condutor fez marcha-atrás com alguma velocidade, até colidir contra a frente do carro de Arlindo Marques. O filho de Arlindo, de 10 anos, encontrava-se dentro da viatura que ficou com a parte da frente bastante danificada.
Contactado por O MIRANTE, Pedro Gameiro, que também pertence à administração da Fabrióleo, disse que esta situação era “completamente mentira” e que o que se passou foi um “acidente de viação normal”. Segundo o mesmo, ao estacionar a viatura e ao fazer marcha-atrás, naquele local difícil, o carro terá descaído e foi embater na outra viatura, tendo assumido a culpa por aquele acidente. A PSP tomou conta da ocorrência.

Advogada desmente alegada agressão
O filho e o proprietário da empresa Fabrióleo negam, através da sua advogada, ter havido qualquer agressão. Num comunicado enviado à agência Lusa, a advogada Ana Rita Duarte Campos diz não ser verdade que Arlindo Marques, do movimento SOS Tejo, tenha sido agredido por algum dos seus constituintes. “Não é igualmente verdade que o seu carro tenha sido abalroado intencionalmente”, adianta.
A advogada confirma a existência de um acidente que envolveu Pedro Gameiro da Silva (gerente da empresa) e Arlindo Marques na estrada que liga Meia Via a Torres Novas, adiantando que o seu constituinte Pedro Gameiro da Silva se deslocou ao local após chamada do pai, António Gameiro da Silva (administrador e proprietário da empresa) que estava ao pé do ambientalista, quando este filmava.
A advogada de António e Pedro Gameiro da Silva refere que “os factos” que descreveu “estão devidamente referidos e demonstrados na participação criminal que dará entrada nos serviços competentes do Ministério Público”.
Recorde-se que a fábrica Fabrióleo tem sido apontada como o principal foco de poluição no Almonda em Torres Novas e acusada de efectuar descargas ilegais em afluentes desse rio, mas a administração nega todas as acusações e diz que sempre colaborou com as autoridades, conforme
O MIRANTE deu conta na edição de 21 de Julho de 2016.

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