A gastronomia, a simpatia das pessoas e a arquitectura da cidade são os aspectos que mais agradam aos estudantes da Universidade Simon Fraser, de Vancouver (Canadá), que estão em Santarém no âmbito de um um projecto relacionado com a área da bioantropologia aplicada à ciência forense.
Ellie Gooderhim, 23 anos, Madeleine Lemer, 20, Connor Jensen, 23, Vanessa Krug, 21 e Amanda Gooch, 24 anos, são cinco dos nove estudantes dessa instituição que participam no Santarém Field Shcool. O projecto decorre entre 18 e 29 de Julho e tem como base o edifício do Arquivo Distrital de Santarém junto à Torre das Cabaças.
Ellie Gooderham já tinha participado na edição de 2015. Para ela, as pessoas e a comida são o forte da cidade. “As pessoas já nos conhecem e cumprimentam-nos. Sentimo-nos parte da comunidade”. Ellie já conhecia a gastronomia nacional. “Antes de marcar o voo recebi um livro de receitas portuguesas e um dicionário de língua portuguesa. Gostaria de ficar mais tempo para descobrir melhor a cultura portuguesa”, diz.
Connor é outro apaixonado pela gastronomia, com um destaque: “Adoro a pastelaria! A carne, os ensopados e os estufados são muito bons. Além do vinho tinto”. A arquitectura histórica da cidade, que diz ser contrastante, não deixa o jovem indiferente. “É uma cidade pequena e de repente entramos numa catedral enormíssima. É como entrar noutro mundo. Não conseguia imaginar isso antes de vir para cá”.
Madeleine Lemer imaginava o país tal como é, mas maior. Gosta de Santarém e das suas peculiaridades. “Adoro a parte antiga da cidade. A calçada, os edifícios e a arquitectura”. A azulejaria é outro ponto de interesse. “Gosto da arte em azulejos e os diferentes temas que retrata, de me aperceber da forma como a técnica mudou ao longo dos tempos”. Tal como Madeleine, Vanessa Krug é uma aluna igualmente curiosa nesta arte lusitana. “Tenho muito interesse nas igrejas e nos azulejos que compõem as paredes, é muito bonito”.
Vanessa e Amanda lembram um episódio caricato da visita ao cemitério da cidade. “Foi engraçado ver as pessoas estranharem um grupo de 12 jovens no cemitério. Não sabiam que estudamos arqueologia e que estivemos lá por essa razão”. Amanda sublinha as construções do local, “os jazigos e a sua arquitectura, por vezes gótica, da qual gosto bastante”. Como os restantes colegas, Amanda Gooch elogia a gastronomia portuguesa, a simpatia das pessoas, a arquitectura e a língua. E termina dizendo: “Neste momento quero ser portuguesa!”.

Professor de Santarém traz alunos à cidade natal

Hugo Cardoso, professor da Universidade de Vancouver natural de Santarém, dinamizou este projecto na sua cidade natal, em cooperação com a câmara municipal, o Instituto Politécnico, a Santa Casa da Misericórdia e o serviço de arqueologia da Câmara de Santarém. O objectivo dos jovens é trabalharem voluntariamente na área da sua licenciatura e ao mesmo tempo conhecerem um país e uma cultura diferentes.
O professor universitário elogia a segunda edição da iniciativa e a cooperação com a Câmara de Santarém. “Para ser sincero, as coisas estão quase 100% iguais ao ano passado, o que quer dizer que estão bem”, diz Hugo Cardoso. É uma forma dos alunos se confrontarem com uma cultura e sociedade diferentes das de Vancouver. Com uma só edição, Hugo não sabe ainda formular uma opinião geral dos participantes, mas revela que os do ano passado adoraram. “A leitura que faço da experiência deles pós-Santarém, é que é muito positiva”, tendo-se apercebido que reforçam o sentimento de grupo e de entreajuda.