A manutenção das zonas verdes e outros espaços públicos da Póvoa de Santa Iria são uma dor de cabeça para a junta de freguesia e para os moradores dessa cidade do concelho de Vila Franca de Xira. As queixas são constantes. O novo cemitério na Quinta da Piedade é um dos espaços que a freguesia tem tido mais dificuldade em gerir. De acordo com o presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria, Jorge Ribeiro (PS), a escassez de recursos humanos e o custo da manutenção são duas situações que impedem melhor resposta.
“O cemitério tem sido uma situação complicada de gerir essencialmente devido à escassez de recursos humanos. Temos neste momento dois coveiros para dois cemitérios, onde um deles se encontra de baixa hospitalar, e o outro funcionário já tem idade para se reformar (67 anos). Por mês a manutenção do cemitério da Quinta da Piedade é de 2.100 euros por mês “, referiu Jorge Ribeiro ao O MIRANTE.
As queixas relacionadas com o cemitério são constantes. Todos os dias a responsável pelo cemitério recebe indicações sobre a falta de cuidados com o recinto. As ervas daninhas não precisam de água para crescer e em três semanas a vegetação consegue tapar as campas com matagal. A junta de freguesia está atenta a estas queixas e no dia 15 de Julho realizou uma intervenção para limpar o cemitério. Contudo há quem aponte que o coveiro em funções já não tem condições para trabalhar e deveria ser substituído por um funcionário mais jovem.
“O trabalho num cemitério é muito duro, com uma grande carga emotiva, onde se levantam corpos e enterram pessoas. Nem toda a gente está disponível para este tipo de trabalho. Entretanto vamos abrir um concurso para um lugar de coveiro”, afirma o presidente da junta.
Mas não é só no cemitério que surgem queixas. Na Rua do Tejo há vários terrenos com matagal por tratar. Alguns rondam parques infantis e zonas comerciais. Esses espaços verdes são da responsabilidade da Câmara de Vila Franca de Xira que afirmou que irá “desenvolver um concurso de manutenção e limpeza para estas zonas”.
Também na política se viram queixas sobre esta temática. A Coligação Novo Rumo (CNR) da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa publicou recentemente, nas redes sociais, fotografias da falta de limpeza de várias zonas verdes, mas também da falta de reforço na sinalização das passadeiras.
O presidente da junta diz que não passam de “politiquices” por parte da CNR. “É fácil chegar ali fora tirar uma fotografia e três meses mais tarde tirar outra com o mato mais alto. A manutenção e limpeza das zonas verdes é o nosso trabalho do dia a dia. Já expliquei à Coligação Novo Rumo que desde Maio que recebemos vários pedidos de auxílios, desde escolas, associações, colectividades e outras festas que mobilizam pessoal e nos impedem de dar a devida atenção às zonas verdes” indicou o presidente.
A O MIRANTE o presidente referiu que a população por vezes não tem noção que a freguesia da Póvoa e Forte da Casa trabalha com menos verbas e menos pessoal que em anos anteriores. “Já tive 80 pessoas para a Póvoa e agora tenho 60 para as duas freguesias. Já tive um orçamento de 1 600 000 euros para a Póvoa de Santa Iria e agora tenho esse orçamento para as duas freguesias”, explica Jorge Ribeiro.