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Polémica na comissão do Museu da Tauromaquia em Vila Franca de Xira

Polémica na comissão do Museu da Tauromaquia em Vila Franca de Xira

Os vereadores da CDU e da Coligação Novo Rumo acusam o socialista Luís Capucha, membro da comissão, de revelar os nomes que a compõem e que estavam sob sigilo. O visado nega que o tenha feito e queixa-se de “mesquinhez política” da oposição.

A comissão de acompanhamento do processo de constituição de um museu da tauromaquia em Vila Franca de Xira ainda não está oficialmente constituída e a polémica já anda no ar, com os vereadores da oposição na câmara municipal a pedirem a cabeça de um dos membros da comissão, o socialista Luís Capucha.
Em causa estão alegadas conversas que Luís Capucha manteve durante as festas do Colete Encarnado com outras pessoas ligadas à tauromaquia, onde supostamente terá revelado os nomes que constituem a comissão. O visado nega peremptoriamente. Os nomes, afiança a vereação, estavam envolvidos num “pacto de silêncio”. O objectivo desse pacto seria preservar a identidade das vinte pessoas convidadas pelo presidente da câmara Alberto Mesquita (PS) para ocupar esses lugares, caso viessem a recusar integrar a comissão.
Entre os nomes convidados, além de Luís Capucha, estão por exemplo os de António José Inácio, Victor Mendes, José Júlio e Mário Coelho. “Queremos saber quem deu a lista completa a esse senhor. O que ele fez foi uma falta de respeito pelos vereadores. Não é com o nosso voto que se alimentam tertúlias de amigos. Esse senhor tem de sair imediatamente da comissão, o que fez foi inaceitável. Não aceitamos que seja assim, que se sirvam da tauromaquia e dos seus valores. Não queremos criar em Vila Franca de Xira as novas oportunidades da tauromaquia”, acusou o vereador Rui Rei, da Coligação Novo Rumo.
Também Aurélio Marques, da CDU, lamentou a situação. “Compreendo o melindre da situação mas fizemos um pacto de silêncio e da nossa bancada não se soube nada. Não posso deixar de lamentar e também não gostei de saber por algumas pessoas”, notou.
Já o presidente da câmara admitiu “ter havido alguma dificuldade” em arranjar nomes para a comissão mas continua a acreditar que será possível, até ao final do mandato, ter uma proposta final sobre a localização e características do novo museu. “Não sei quem deu os nomes ao Luís Capucha. Da minha bancada há um pacto de compromisso e ele foi assumido. Não será isto que vai obstaculizar o andamento da comissão. Estas coisas têm de ser vistas com cabeça fria e encontrar os consensos necessários”. Alberto Mesquita (PS) avisou também que quem não estiver disponível para consensos “deve saltar fora”.

Luís Capucha lamenta “intrigas”
A O MIRANTE Luís Capucha diz desconhecer o teor das declarações feitas durante a reunião de câmara e lembra que Rui Rei “deve ter um problema pessoal” contra a sua pessoa e que por isso se recusa a comentar. “Ele tem-me um ódio de estimação mas não tem estatuto para me incomodar. É mentira o que disseram, faço um desmentido categórico [de ter revelado os nomes da lista no último Colete Encarnado]. E nem estou disponível para intrigas sobre este assunto”, refere.
Para Luís Capucha o caso tem contornos de “mesquinhez política” da oposição e representa “uma canelada baixa”, garantindo que também ele foi convidado por carta pelo presidente da câmara para integrar a comissão e que não tem nela, “como todos os outros”, qualquer papel de liderança.

Um museu com gente dentro

Vila Franca de Xira é terra de toureiros, forcados, ganadeiros, campinos, recortadores e aficionados e apesar das suas décadas de afición não tem ainda um museu dedicado à festa brava. É um sonho com mais de uma década que tarda em ser concretizado. Definir o que será, como será e em que local da cidade será concretizado é a tarefa dos membros da comissão. Uma certeza é que deverá englobar o espólio dos vários matadores de toiros que celebrizaram Vila Franca de Xira - Mário Coelho, José Falcão, José Júlio e Victor Mendes. Mas também debruçar-se sobre outros temas como as casas agrícolas, tertúlias e figuras da festa. O principal objectivo do museu será sobretudo defender a festa brava, eternizar as suas maiores figuras e contribuir para a projecção nacional e internacional quer da tauromaquia quer de Vila Franca de Xira e da região como expoentes máximos dessa cultura taurina.

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