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FC Alverca quer bom futebol para retomar ligação à cidade

FC Alverca quer bom futebol para retomar ligação à cidade

Clube ficou em terceiro lugar do Pró-Nacional do ano passado

O Futebol Clube de Alverca está a trabalhar para fazer boa figura no campeonato pró-nacional da Associação de Futebol de Lisboa. Depois de na última época o clube ter terminado na terceira posição, a 13 pontos da subida, este ano os ribatejanos querem apostar na prática de bom futebol e alargar a relação entre o clube e a cidade. A comandar os 22 atletas está António Trindade, também conhecido como Tó Pê, que foi adjunto na época passada de Tiago Zorro, que saiu para treinar o Casa Pia.
“Não estava à espera, o Tiago Zorro saiu e eu como sou homem da casa decidi ficar. É uma grande motivação e responsabilidade”, indica Tó Pê. O técnico jogou no clube durante 14 anos nas camadas jovens. Chegou a fazer contrato com a equipa sénior mas saiu emprestado, numa altura onde figuravam no plantel principal jogadores como Maniche, Deco e Cajú e tinha como treinador principal Mário Wilson.
“Ser treinado por Mário Wilson foi fantástico, ele era a ‘velha guarda’ do futebol, um grande homem. Mas na altura não era ele que dava os treinos, pois os treinadores desenvolviam mais na parte mental”, indica Tó Pê ao frisar que actualmente os técnicos estão mais presentes nos trabalhos de treino.
Apesar do histórico do FC Alverca, com cinco participações na Primeira Liga, o clube foi relegado para os distritais, após problemas financeiros. Quando retomou o futebol sénior parecia destinado a subir rapidamente aos nacionais, mas nas últimas épocas estagnou no Pró-Nacional, quarto escalão do futebol português.
“O FC Alverca caiu forte no fundo do poço. Este ano há uma aposta no pró-nacional, existe uma grande expectativa pelo que fizemos a época passada, pelos jogadores que mantivemos e contratámos. O clube e a cidade merecem um outro escalão que não este”, afirma o técnico de 37 anos.

Formação do Alverca prejudicada por campo pelado
O trabalho nas camadas jovens do Alverca está prejudicada pelo facto do campo de jogo ser pelado e muitos jovens preferirem jogar nos sintéticos dos clubes das redondezas. O presidente aponta o dedo a burocracias que têm atrasado a construção do centro de formação. “O que falhou na formação foi um projecto que o FC Alverca iniciou em 2007 com a venda do campo pelado e a construção do centro de formação para o desenvolvimento de formação de futebol do FC Alverca. Não é a capacidade de angariar jovens, mas as condições onde estamos. Temos feito alguns milagres na formação, com equipas nos nacionais”, refere. Fernando Orge quer voltar a colocar todos os escalões nos nacionais mas para isso são necessárias melhores condições.

Capitão quer subir de divisão

A capitanear o FC Alverca está João Paulino. Apesar dos 27 anos é um dos jogadores mais velhos do clube. Fez a formação no Belenenses, onde foi treinado por Rui Jorge, seleccionador dos sub-21. Como júnior ainda fez a pré-época na equipa principal, treinada por Jorge Jesus, actual técnico do Sporting, mas acabou por ser emprestado ao Odivelas onde encontrou outro técnico de renome, Paulo Fonseca.
Paulino chegou a ser colega de Tó Pê no Carregado e agora serve de elo de ligação entre a equipa técnica e o plantel. O capitão afirma que para esta época a mentalidade está em subir de escalão, depois de terem mostrado alguma inexperiência a época passada. “Apesar de continuarmos com um plantel jovem aprendemos com os erros e com os reforços (seis jogadores) estamos mais coesos”, indica o central.
Esta coesão e vontade em praticar já colheu frutos. O FC Alverca venceu (3-1), no sábado, 20 de Agosto, o primeiro jogo particular na casa do União Almeirim, com golos de dois reforços: Diogo Calisto e Noque.

Tentar captar a atenção da população

Mesmo nos anos áureos do FC Alverca, o clube viveu sempre afastado da população, um ambiente que ainda se mantêm e que o clube está a tentar mudar. O presidente do clube, Fernando Orge, assume que procura mudar esta situação. “É verdade que o FC Alverca virou um pouco as costas à cidade e nós temos vindo a tentar fazer o caminho inverso. A cidade tem muitos habitantes que não são naturais de Alverca e não conhecem o clube. Vamos tentar trazer os sócios para dentro do clube e mostrar à população que temos muitas modalidades e trabalhamos a parte solidária. O FC Alverca movimenta cerca de 1200 atletas e muitos milhares de euros, traz muita gente à cidade, pelo que deve ser olhado com respeito”, indica o dirigente.

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